Vida Digital na Colômbia

Por , 9 de October de 2016 a las 12:00
Vida Digital na Colômbia
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Vida Digital na Colômbia

Por , 9 de October de 2016 a las 12:00

Os colombianos têm muitos motivos para celebrar atualmente. Foi uma longa jornada de conflito, tantos como 52 anos, mas hoje mais do que nunca os colombianos estão mais próximos de um acordo de paz. E esta não é a única boa notícia para os colombianos. Em uma região onde países como o Brasil e a Venezuela estão lutando contra uma recessão, a economia colombiana mostra sinais de solidez. Apesar das circunstâncias globais adversas, as exitosas políticas e a agenda de desenvolvimento inclusivo da Colômbia proporcionou crescimento econômico em 2015 e fará o mesmo em 2016. Durante a última década o forte marco de políticas da Colômbia sustentou um alto crescimento do PIB. Em 2015, o índice de pobreza caiu para 24,1%, de 24,6% em 2014.[1]. A desigualdade de renda, medida pelo Coeficiente de Gini[2], diminuiu para 52,2. A Colômbia também está adquirindo dinamismo na arena política internacional com sua adesão à OCDE, “o clube dos países ricos”. Por último, mas não menos importante, a Colômbia aparece como um dos países com melhor desempenho no recentemente publicado Telefónica Index on Digital Life (TIDL).

Em 31 de agosto, Telefónica publicou os resultados de TIDL na ADICOM, o evento de indústria digital em Cartagena de Índias, que reúne mais de 2500 profissionais, especialistas em tecnologia, empreendedores e responsáveis políticos. Carlos López Blanco, Gerente Global de Relações Públicas e Assuntos Regulatórios apresentou os resultados colombianos do Index. A primeira boa notícia chegou cedo. A Colômbia teve o segundo melhor desempenho econômico em todos os domínios entre os países latino-americanos classificados no TIDL, logo após o Chile. A Colômbia tem o desempenho mais destacado em Vida Digital da América Latina com relação ao seu PIB per capita. Supera as expectativas estimadas do PIB em todos os domínios de Vida Digital, mostrando desempenho igualmente superior em cada um deles. Contudo, isto não significa que haja espaço para complacência, já que a Colômbia possui um desempenho regular em inovação na América Latina. Um aspecto positivo a registrar é o papel ativo do governo colombiano em promover inclusão financeira e dinheiro eletrônico e móvel, que deve contribuir para a melhora da Vida Digital.

O conjunto de indicadores mostrados em TIDL chega à Colômbia em um momento em que a Comissão Nacional de Regulação na Colômbia busca definir os principais indicadores de desempenho para a Economia Digital.

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Vamos dar uma olhada nos detalhes da vida digital da Colômbia.

Abertura Digital

Abertura Digital significa a facilidade com que cidadãos e empresários podem explorar a infraestrutura digital existente no país. Uma Internet aberta é acessível universalmente, pode ser globalmente alcançada, é interoperacional e permite inovação aberta sem precisar obter permissão. Permite a portabilidade da vida digital do cidadão (apps, conteúdo, etc.) entre plataformas e é um ambiente onde as pessoas podem publicar e acessar o conteúdo, serviços e aplicativos da sua escolha, sem ter nenhuma restrição para mudar de um serviço para outro.

A Colômbia é a primeira classificada (com relação ao PIB per capita) em Abertura Digital entre seus pares da América Latina. De acordo com o Relatório Freedom on the Net 2015 (publicado anualmente pelo grupo Freedom House) a Colômbia é um país parcialmente livre para Internet. Como destacado na publicação a Internet representa cada vez mais um papel central para os movimentos sociais na Colômbia. Uma pesquisa da ONG Somos Defensores indica que durante a primeira década do século XXI, os movimentos sociais colombianos usaram a Internet principalmente para mostrar informações oficiais, mas nos últimos cinco anos, como a popularidade da Internet aumentou, esses movimentos adotaram o ambiente on-line para assuntos de campanha e de pesquisa relacionada com os interesses dos seus membros.

Confiança Digital

A Colômbia é a sexta classificada entre seus pares na América Latina quando se trata de Confiança Digital – essa é a disposição com a qual os cidadãos e empresários interagem com a infraestrutura digital de um país, proporcionada pelo nível de privacidade e segurança da Internet. Este é um dos empecilhos mais óbvios para o desenvolvimento digital da Colômbia. Uma das medidas usadas para classificar a confiança digital de cada país é a adoção da Internet, definida por seis variáveis diferentes: Nome de domínios de Internet, penetração da Internet individual e nos lares, penetração da Internet móvel, uso do smartphone e da Internet. Há diferentes fatores atrás do fraco desempenho da Colômbia nesta área:

  1. A disparidade digital: A diferença no acesso à Internet entre grupos sociais distintos em uma determinada economia ou sociedade.
  2. A acessibilidade dos aparelhos de celulares.

Mas também há boas notícias na arena da confiança digital para a Colômbia. A Colômbia é a primeira classificada quando analisamos questões de privacidade e segurança. Pode haver algumas boas escolhas políticas por trás deste fato. Em 2011, a Colômbia redigiu um documento que destaca a necessidade de adotar estratégias de segurança e defesa virtuais. Em 2015, este documento foi atualizado (com as recomendações da Organização dos Estados Americanos) destacando a necessidade de mais cooperação entre os setores público e privado e a academia. O crime virtual é uma das ameaças atuais às empresas, cidadãos e governos, portanto a estratégia apropriada é bem-vinda.

Empreendedorismo Digital

Por último, mas não menos importante, o empreendedorismo digital (isto é, a habilidade da economia de adotar a Vida Digital alavancando sua infraestrutura digital para inovação, empreendedorismo e crescimento econômico) na Colômbia é uma fonte de esperança. A Colômbia é a terceira classificada com relação ao PIB per capita. Isto mostra o espírito empreendedor colombiano, bem como os esforços empregados pelas instituições públicas nos últimos anos. Como disse Luis Alberto Moreno, Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, ao Financial Times: “O plano colombiano, Vive Digital, fomenta a adoção da Internet entre todos os seus cidadãos. Impostos sobre computadores, tablets e smartphones foram eliminados. Famílias de baixa renda receberam vouchers para assinaturas de banda larga”. E os empreendedores também se beneficiaram de Vive Digital. MiPyme, uma das ferramentas de Vive Digital, aumenta o acesso e uso da Internet entre as pequenas e médias empresas colombianas, de forma que elas possam aumentar sua produtividade e concorrer a um nível global.

Apesar de todos esses esforços, há espaço para melhorar a vida digital na Colômbia. O governo deve conceber a Economia Digital como uma prioridade nacional e um objetivo de política nacional. Um país com uma população tão jovem deveria colocar o foco e os esforços em atitudes digitais (privacidade, segurança, ameaças digitais e oportunidade), competências digitais (capital humano, educação digital, etc.) e aspirações digitais tais como negócios digitais, inovação, internacionalização dos negócios digitalmente-orientados e disponibilidade de capital empreendedor e outros tipos de fundos para negócios digitais. São dias felizes para a Colômbia e seus cidadãos devem celebrar, mas ainda há um longo caminho para alcançar a excelência digital.

[1]IMF Article IV Colombia 2016

[2]O Coeficiente de Gini (às vezes mencionado como a taxa de Gini ou o index de Gini normalizado) é uma medida de dispersão estatística destinada a representar a distribuição de renda dos residentes de uma nação, e é a medida mais comumente usada para a desigualdade.

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