Como medir e evitar a contaminação através dos pássaros

Por , 20 de July de 2016 a las 15:00
Como medir e evitar a contaminação através dos pássaros
Futuro

Como medir e evitar a contaminação através dos pássaros

Por , 20 de July de 2016 a las 15:00

Alguma vez você pensou que os pombos pudessem dar informação sobre os níveis de contaminação? Pois é o que está acontecendo em Londres. Pesquisadores colocaram sensores num grupo de pombas para medir a contaminação da capital londrina

Se fizéssemos uma enquete sobre os problemas da sociedade, obteríamos repostas variadas sobre política, economia ou temas sociais e, com certeza, a contaminação seria um deles. Uma situação a qual o ser humano não termina de dar a devida importância, a pesar do Protocolo de Montreal (1987), que proíbe os gases que destroem o ozônio atmosférico, e o Protocolo de Quioto (1997), que reduz as emissões de gases de efeito estufa.

De fato, no ano 2000, o buraco na capa de ozônio alcançou um tamanho histórico, com 25 milhões de quilômetros quadrados. Tudo isto gerou uma corrente de apoio ao planeta, ainda que continue sendo minoritária, já que a destruição que o ser humano estava provocando no nosso ecossistema estava sendo flagrante. Nesse sentido, e 16 anos depois do quilométrico buraco na capa de ozônio, parece que o ser humano começa a ser consciente da importância de cuidar o planeta, pois o buraco antártico reduziu seu tamanho em quatro milhões de quilômetros quadrados.

PigeonPatrol2

Estes resultados foram apresentados por Susan Solomon, geóloga do MIT (Massachusetts Institute of Technology), junto a outros colegas do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica de Boulder (Colorado) e a Universidade de Leeds (Reino Unido) na revista Science. Todo um trabalho que não faz mais que estimular e conscientizar a população sobre a importância de acabar com a contaminação.

Soluções para controlar os níveis de contaminação

As grandes cidades do mundo têm os processos e soluções para controlar a poluição que sofrem bastante claros. As indústrias, os veículos, os resíduos que geram terminam encapsulando os núcleos urbanos em cúpulas de sujeira que não permitem a entrada de oxigênio limpo, criando problemas de saúde na maioria dos residentes nestas zonas.

Na Europa encontramos dois exemplos de luta contra a contaminação. Por um lado, Madri criou três níveis de atuação: pré-aviso, aviso e alerta, dependendo da quantidade de NO2 (dióxido de nitrogênio), com quatro cenários que implicarão a aplicação de diferentes medidas: restrições de tráfico, limitação de velocidade em estradas regionais (os motoristas que circulem por elas não poderão ir a mais de 90km/h), circulação limitada a 100km/h em estradas e rodovias. Junto a isto vai também o incentivo no uso do transporte público e a redução de emissões dos setores produtivos.

Por outro lado, Londres leva cinco anos com problemas de contaminação do ar e, na primeira semana de 2016, já havia superado o limite anual. De fato, a capital do Reino Unido tem grande parte da cidade controlada através de sensores instalados em diversas zonas, mas que cobrem unicamente essas zonas, pelo que existem outras sem registros.

Para chegar a todos os distritos londrinos e conscientizar a população sobre esta problemática, durante uns dias de março dez pombos foram soltos na cidade, que levavam uns sensores de Plume Labs, medindo os níveis de dióxido de carbono e ozônio, entre outros contaminantes. Esta iniciativa foi chamada de Pigeon Air Patrol.

Uma iniciativa efetiva

O funcionamento deste sistema é muito simples: os pombos voavam livremente pelo céu de Londres com sensores incorporados em suas costas. Os sensores levavam um GPS com os que transmitiam a informação sobre os níveis de contaminação do ar existentes a cada momento. Além disso, este sistema permitia a qualquer pessoa interessada nas medições obter a informação exata de cada distrito através de duas vias:

  • Enviando um tweet com o código postal a @PigeonAir
  • Consultando o aplicativo para o celular

PigeonPatrol3

O resultado não pode ser mais benéfico para os habitantes londrinos. Por um lado, os fundos necessários para mais sensores foi reunido através de uma campanha de crowdfunding e, por outro lado, uma grande quantidade de habitantes preocupados pela contaminação reinante se uniram ao exército de pombos, dependurando os sensores para recopilar todos os dados possíveis em suas bicicletas, jaquetas, mochilas, etc.

Em resumo, uma grande ideia para conscientizar as pessoas da importância que tem cuidar do ambiente evitando contaminar nossa casa e que muitas das cidades do mundo deveriam seguir.

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