O mosaico da realidade aumentada

Por , 7 de July de 2016 a las 19:00
O mosaico da realidade aumentada
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O mosaico da realidade aumentada

Por , 7 de July de 2016 a las 19:00

A realidade aumentada se compõe de diversas tesselas, como um mosaico; peças que, ao se juntarem harmoniosamente, compõem um todo vistoso e colorido, com significado.

Em um post anterior Em que consiste a realidade aumentada?, falamos dela como um conjunto de tecnologias que nos permitem expandir nossa percepção do mundo. Os serviços de realidade aumentada, como mosaicos, são feitos graças à intervenção de peças de diferentes natureza: os fabricantes de dispositivos, desenvolvedores de software de realidade aumentada, os dados (e por tanto os provedores de conteúdo e os próprios usuários que os geram) e, finalmente, a rede fornecida por operadoras de telecomunicações. Cada um deles fornece um ingrediente necessário para expandir a realidade. Vejamos:

Os fabricantes de dispositivos: esses fabricantes de smartphones, PCs, tablets e videogames e, no caso da realidade virtual aumentada, os fabricantes de óculos especiais ou capacetes que incorporam telas, projetores e, num futuro, de lentes de contato que nos permitirão ver a informação digital diretamente sobreposta.

Os desenvolvedores do software de realidade aumentada: são os agentes que desenvolvem os aplicativos que “dão vida” aos dados que complementam a visão do ambiente físico e graças aos quais é possível ter uma “forma aumentada” de ver o mundo e enriquecer assim os objetos da vida real (pessoas, lugares ou coisas) ou realizar um seguimento e interagir com eles de uma maneira radicalmente diferente. Estes agentes são responsáveis, por um lado, de oferecer as ferramentas adequadas para, por exemplo, ativar a realidade aumentada (a este respeito estariam os aplicativos que facilitam o reconhecimento visual ou o processamento de imagem, ou com base em marcadores); e por outro, de adaptar a informação digital armazenada no mundo de modo que possa ser usada pela lente de realidade aumentada, bem como oferecer às pessoas aa possibilidade de interagir com o mundo de diferentes dimensões ao mesmo tempo que se permite “contribuir “com dados próprios para construir este mundo digital paralelo que complementa as informações do mundo real.

Dentro deste grupo, há empresas que oferecem aplicativos que são carregados diretamente nos dispositivos (sejam telefones, computadores ou videogames) e outras que oferecem aplicativos que podem ser executados diretamente de um navegador web.

Mundo digital e digitalizado: um agente especialmente relevante são os dados, ou seja, o mundo digital e o digitalizado. Nos últimos anos, se capturou uma grande quantidade de informação sobre o mundo real, tais como dados de localização, descrições, imagens, etc. tanto em lugares como de coisas e pessoas e todas as informações que foram armazenadas na “nuvem”, que foi configurando um mundo digital paralelo. Exemplos concretos disto poderiam ser a Wikipédia, que coleta grandes quantidades de informação sobre diferentes temas, constituindo a maior enciclopédia do mundo; o Google Earth, que permite ver o mundo através de imagens satélite, mapas, terrenos e edifícios em 3D ou as redes sociais, estilo Facebook ou LinkedIn, que contêm uma grande quantidade de informação dos usuário, além de outros exemplos de ferramentas 2.0 como a de microblogging Twitter ou a de imagens Flickr. Mas há outros exemplos em áreas específicas, como nas viagens, com guias como Lonely Planet ou portais como TripAdvisor, com informações “construídas” diretamente pelos usuários em relação as viagens que foram feitas.

Os dados digitais podem ser criados pelos fornecedores de conteúdos (especializados em diferentes áreas, como entretenimento, e-learning, mundos virtuais, etc.) ou pelos próprios usuários, seguindo a tendência de UGC (conteúdo gerado pelo usuário) tão popular na rede desde a chegada do termo 2.0 há vários anos.

Os operadores de telecomunicações: o outro elemento de importância essencial para que estes aplicativos possam atingir o público é a rede, precisamente porque a potência da realidade aumentada está na capacidade de acessar a informação digital complementária à do mundo físico atualizada em tempo real. O acesso a essas informações deve ser feito em muitos casos como nos aplicativos geo-referenciados de qualquer lugar e a qualquer hora. Por isso os operadores de telecomunicações têm um papel particularmente importante neste ecossistema, devendo fornecer conexões de dados de forma ubíqua para que esses aplicativos possam ser usados. Como mencionado, a “nuvem”, armazena os dados e fornece serviços de realidade aumentada e para acessá-los alguém deve fornecer serviços de conectividade precisos.

Todos os ingredientes são importantes para compor um bom serviço de realidade aumentada, igual que para um mosaico. A excelente combinação dos mesmos é o que o torna uma obra de arte.

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