A Humanidade está próxima a pisar Marte. Ao menos é o que murmuram algumas vozes (entre elas, a de Elon Musk, que desde o setor privado, encarnado por sua empresa SpaceX, anunciou que quer mandar um astronauta para o planeta vermelho em 2025). A NASA marcou 2030 no calendário como a data na que o ser humano poderá pisar a superfície marciana. E este marco leva associado a expectativa de poder criar colônias humanas no planeta vizinho.

Parece que ainda estamos longe da criação de missões permanentes no solo marciano, mas, em todo caso, já estão sendo realizados testes para apoiar uma futura presença humana. Uma das pesquisas que se realizaram e cujos resultados (uma parte deles) foram apresentados recentemente é o trabalho de uma equipe de cientistas da Universidade de Wageningen, na Holanda.

Estes pesquisadores trataram de avaliar se é possível fazer crescer cultivos no solo de Marte e se os frutos destes seriam comestíveis. Fizeram isso a partir de uma simulação do solo marciano desenvolvida pela NASA. A organização espacial americana usou a informação reunida de expedições ao planeta vermelho e seus conhecimentos técnicos para simular a composição do solo de lá.

Os cientistas da Universidade de Wageningen reproduziram esta composição e tentaram fazer crescer 10 tipos de cultivos. De momento, trabalharam quatro variedades das plantadas e os resultados foram positivos. Todas cresceram bem e seriam comestíveis.

Os “cultivos marcianos” foram ervilhas, rabanetes, tomates e centeio. Nenhum deles contém níveis altos de metais pesados como para ser prejudicial à saúde humana, determinaram os pesquisadores depois de examinar a composição dos produtos.

A superfície do planeta vermelho é abundante em certos metais, como chumbo, cádmio ou cobre. Daí que não se tivesse certeza que seria possível cultivar alimentos neste contexto. Por agora, os resultados foram bons, se bem ainda resta por ver o crescimento dos outros seis tipos de cultivos.

Esta pesquisa se concentrou na composição do solo, mas seus resultados não podem ser trasladados diretamente ao planeta vermelho. Outras variáveis também deverão entrar na equação, como as condições climatológicas ou as necessidades energéticas dos cultivos em ambientes controlados. Mas o certo é que foi dado o primeiro passo para facilitar possíveis colônias em Marte. Isso sim, antes devemos chegar ao planeta.

Imagens: NASA’s Marshall Space Flight Center e Universidade de Wageningen