Cientistas de Harvard desenvolveram uma folha biônica capaz de fazer uma espécie de fotossíntese que obtém como resultado combustível de hidrogênio.
Encontrar novas fontes de energia está se transformando em um desafio recorrente nos laboratórios do mundo todo. Abundam as pesquisas relacionadas com a melhoria das energias renováveis e pouco a pouco se está ganhando em eficiência e em outros aspectos importantes. No caso da ”folha biônica”, que foi desenvolvida na Universidade de Harvard ilustra este progresso. Há anos o professor Daniel Nocera, especialista em energia, colaborou com a bióloga Pamela Silver para criar um sistema que transformasse a luz do sol diretamente em combustível de hidrogênio.
Tratava-se de um conjunto biológico associado a um sistema de química inorgânica, que trabalhava de modo semelhante como o que podia fazer o processo da fotossíntese. Daí que naquele momento os cientistas de Harvard dessem o nome de folha artificial a sua criação.
O sistema se compõe de um módulo fotovoltaico que está entre dois catalizadores de fino óxido metálico. Quando este conjunto é submergido em um copo de água a temperatura e pressão ambiente a corrente flui do silício do módulo fotovoltaico para os catalizadores. Estes são capazes de separar as moléculas de água, de um lado do catalizador surgem bolhas de oxigênio e no outro fica o hidrogênio.
A base continua sendo a mesma que quando foi mostrado o sistema pela primeira vez em 2011, mas houve melhorias desde então. Os cientistas dizem que o sistema pode alcançar uma eficiência de 70% e até de 80% do painel fotovoltaico que esteja sendo utilizado. Considerando que a eficiência da tecnologia fotovoltaica não para de melhorar, a folha biônica oferece grandes possibilidades.
Não precisa dizer que ainda se trata de um sistema que em fase de pesquisa. Sem falar que o hidrogênio não é, nestes momentos, um combustível muito divulgado. Quase não há veículos comerciais que o utilizem e, quando se utiliza, sempre deve ser em forma gasosa, pois mantê-lo em estado líquido é muito caro.
Porém, o hidrogênio proveniente da folha biônica utiliza uma bactéria chamada Ralstonia eutropha, que combina hidrogênio e dióxido de carbono para produzir isopropanol. Este tipo de combustível sim serve para mover determinados motores, de maneira semelhante como pode fazer a gasolina com etanol.
