A NASA quer criar um avião supersônico silencioso

Por , 18 de June de 2016 a las 12:00
A NASA quer criar um avião supersônico silencioso
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A NASA quer criar um avião supersônico silencioso

Por , 18 de June de 2016 a las 12:00

A agência espacial norte-americana trata de construir um avião supersônico silencioso

Os aviões supersônicos fazem muito barulho. Uma vez se supera a barreira do som, a física se rebela e dá lugar a um ensurdecedor concerto. Desde 2003 não existe um avião comercial supersônico. O Concorde foi criado nos anos 70 e após ser aposentado, depois de um fatídico acidente, parecia lógico que outros modelos o substituíssem. Mas a coisa não foi bem assim. Não só porque o consumo de combustível é muito elevado e as viagens acabam sendo pouco rentáveis, como porque este tipo de aeronaves podem fazer poucos trajetos.

O Concorde cruzava o Atlântico, onde podia alardear de sua velocidade supersônica, mas quando sobrevoava terra, precisava reduzir sua velocidade por debaixo da barreira do som. Tal e como está a tecnologia hoje em dia, não existe forma de fazer isso de outra maneira, o que relega os aviões supersônicos a voar por cima de zonas desabitadas.

A NASA quer mudar isto e está preparando um avião capaz de superar esta circunstância. A agência trabalha num modelo que poderá alcançar os 483,21 m/s (a velocidade do som é de 343 m/s a uma temperatura de 20º no nível do mar). O contratista Lockheed Martin, associado da organização espacial, conta com um programa no que está desenvolvendo um modelo de avião supersônico silencioso.

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A verdade é que o avião não será exatamente silencioso, mas sim muito mais discreto que o Concorde. Como superará o novo avião o ruído supersônico? Para poder entender isto, é necessário explicar como ocorrem as denominadas explosões sônicas. Estas são a consequência de atravessar a barreira do som. Uma vez que a aeronave começa a se mover mais rápido do que o som, ocorre o que se conhece como onda de choque, o que supõe mudanças extremas de pressão e temperatura, que implica na liberação de energia e, uma das formas de dissipação, é um estrondo semelhante a uma explosão.

A onda de choque se cria através de uma fusão de ondas e é, precisamente, dita fusão o que a NASA quer evitar. Lockheed Martin está trabalhando num modelo que consta de um único motor, cujo design poderá prevenir as ondas em diferentes partes do avião, pelo que estas não chegarão a fusionar-se para formar a onda de choque. Isto será evitado através de um trabalho de aerodinâmica, colocando superfícies com capacidade para se elevar ou introduzindo asas horizontais na cauda.

O projeto pretende que este tipo de modelo possa servir para aeronaves com 100 ou 120 passageiros ou para jets privados. Em 2019 poderiam realizar seus primeiros voos, se os testes ocorrem sem incidências.

Imagens: vauvau e Lockheed Martin

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