A eterna pergunta: Esqueceremos como escrever com caneta e papel?

Por , 25 de May de 2016 a las 07:00
A eterna pergunta: Esqueceremos como escrever com caneta e papel?
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A eterna pergunta: Esqueceremos como escrever com caneta e papel?

Por , 25 de May de 2016 a las 07:00

Na Finlândia, a partir deste verão, não se ensinará mais a letra cursiva nas escolas

“Meu nome é Laura e tenho cinco anos. Estou aprendendo a escrever, me disseram que tenho que segurar o lápis bem forte e colocar os dedinhos bem colocados. Mas, quando vou fazer a lição de casa, não seguro bem. Ontem compraram para mim uma borrachinha cor de laranja para que colocar no lápis para que eu segure bem. Escrevo muito mal com ela, por isso quando minha mãe não me vê, eu tiro ela. É que eu não gosto de escrever com o lápis, gosto da tablet e do celular da minha mãe. Escrevo muito mais rápido e não tenho que pegar nenhuma borrachinha”.

Nos dias de hoje os pais já podem decidir se seu filho estudará em uma escola com um programa educativo digital, onde são poucos alunos matriculados atualmente, aproximadamente uns 28 ou 30 por sala de aula; ou em uma escola onde ensinam a escrever a mão e onde as aulas possuem muito mais alunos. Estas crianças aprendem da forma tradicional: primeiro começam a escrever as vogais, depois passam a aprender as consoantes e por último, começam a juntar essas letras para conseguir lê-las.

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A letra cursiva dá lugar ao teclado digital

Com a chegada da digitalização no mundo da educação, o método de aprendizagem em muitos países está mudando, um exemplo disto é a Finlândia. A partir de agosto deste mesmo ano, a escrita cursiva será optativa. O que será obrigatório vai ser aprender fazer à mão a letra de forma, formada pelas letras que aparecem nos teclados. E aprender a escrever em um dispositivo eletrônico passará a ser uma matéria obrigatória, que as crianças deverão cursar ao longo da educação fundamental. Esta mudança na maneira de educar os alunos está sendo muito bem aceita pelos especialistas, pois pensam que é totalmente obsoleto aprender a escrever em letra cursiva. O melhor é aproveitar esse tempo aprendendo a escrever em um teclado digital, ainda que considerem que as crianças devem saber escrever de forma manual por considerar importante para sua aprendizagem. Um dado curioso: não usamos os mesmos músculos em ambas as técnicas: escrever à mão está controlado principalmente pelos músculos da munheca, e os dedos devem controlar a força para poder segurar a caneta. Porém, quando digitamos, a única força que devemos aplicar está no dedo.

Não são apenas os especialistas que apóiam esta nova fórmula de aprendizagem, é que os dados demonstram sua padronização em todos os níveis. No ano passado foram vendidos mais de 1,9 bilhões de smartphones, tablets e lap tops no mundo, de acordo com IDC.

A mão continua ganhando a corrida

Neste cenário, a grande pergunta que muitos especialistas começam a se fazer é se em uma sociedade digital esqueceremos como se escreve com uma caneta e papel. Chegamos à conclusão de que tudo dependerá do que queiramos manter; se continuaremos utilizando e, principalmente, se continuaremos ensinando às futuras gerações nas escolas.

Resulta que escrevemos há mais de 6.000 anos, quando na Mesopotâmia foi desenvolvido o sistema de escritura, e não paramos de criar alfabetos e meios: pedras, barro, folhas, lâminas, tábuas de madeira, peles, papiros, pergaminhos, telas e o papel.

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O teclado acabará com esta evolução?

A máquina de escrever foi inventada em 1870 por Christopher Soler, ou seja que só levamos 140 anos utilizamos este modelo e, de acordo com os especialistas, mesmo que a evolução das tecnologias caminhe na velocidade da luz, nosso cérebro não será capaz de mudar de uma forma tão drástica em um período tão curto de tempo. Além disso, escrever à mão continua sendo mais rápido do que fazê-lo com um teclado.

Os benefícios da era digital são inumeráveis e inegáveis, mas esquecer-nos a escritura à mão prejudicaria a aprendizagem infantil. Uma situação que só aconteceria se nas escolas desaparecessem os lápis, marcadores, gizes ou lápis de cera e isto, pelo menos a curto prazo, parece que não vai acontecer. A escrita tradicional não exclui a digital e vice-versa, de momento.

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