Desde 2003, Apple veio crescendo trimestre a trimestre. Para colocar em perspectiva aquela época, podemos dizer que nesse ano se celebrou a chegada da iTunes Music Store, que marcava o início da entrada massiva da Apple na venda de serviços. Agora o elemento estrela da empresa, de longe, é o iPhone, e foi a queda em suas vendas, o fato que provocou neste primeiro trimestre do ano fiscal, que a renda tenha se reduzido 13% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Isto significa passar de 58 bilhões em 2015 a 50.600 em 2016.

Esta queda na receita também fez com que os lucros se ressintam, passando de 13,6 bilhões a 10.500 agora. Até agora tudo ia bem com referência ao iPhone, mas que suas vendas caiam pela primeira vez mostra como quão sensíveis são os resultados da Apple quanto a seu rendimento. Vender 51,2 milhões de iPhones neste trimestre comparados a 61,2 milhões do ano anterior não é nenhuma catástrofe, mas sim um aviso do mercado.

O problema para a empresa é que essa queda não foi compensada pelo crescimento de outros produtos. Apesar do lançamento dos novos modelos do iPad Pro, da renovação do iPad Mini e das mudanças do iOS 9, que ficou muito mais produtivo, os tablets não aumentaram as vendas neste trimestre e caem até os 10,3 milhões. Comparado ao ano passado são 2 milhões a menos, mas mais preocupante é comparar com as cifras de 2013, onde as vendas da família rondavam os 20 milhões.

O Mac, que até agora era outro dos produtos que crescia, indo totalmente contra a corrente da tendência do mercado, agora também caiu dos 4,6 milhões do ano passado para 4 milhões do atual. O certo é que há muitos produtos da linha que necessitam renovação. Desde o Mac Pro, que não é atualizado desde 2013, até o Mac Mini, que também não foi atualizado desde 2014. Os lap tops, por exemplo, quase não mudaram desde 2012, e este ano se espera uma renovação que poderia estimular a gama, mesmo que também nunca foi um fator decisivo, dado que nem a expectativa é a mesma, nem os ciclos estão tão marcados como com o iPhone.

As boas notícias para a empresa de Cupertino chegam da área de serviços, onde entraram mais receitas com a linha dos computadores e cresceram 20% desde ano anterior. Parece que a Apple Music, que em menos de um ano já possui 13 milhões de assinantes, pode ser a chave que sinalize o crescimento. Sobre o Apple Watch, de momento, continuamos sem cifras oficiais.

Imagem: Stuart Maxwell