Mapeiam as redes neurais com uma precisão vinte vezes maior

Por , 23 de April de 2016 a las 18:00
Mapeiam as redes neurais com uma precisão vinte vezes maior
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Mapeiam as redes neurais com uma precisão vinte vezes maior

Por , 23 de April de 2016 a las 18:00

Conhecer como funciona o cérebro significa determinar como se estabelecem as redes neurais, ou seja, as ligações que fazem funcionar a mente.

O cérebro continua sendo um mistério para a ciência. Se entendêssemos como funciona, seríamos capazes também de determinar por que acontecem transtornos como a esquizofrenia ou as doenças neurodegenerativas.

A tecnologia pode ajudar nestes esforços. A impressão 3D, por exemplo, nos ajuda a criar modelos dos sulcos e giros do cérebro. E inclusive a luz e os ultrassons podem servir para controlar os neurônios. No estudo da mente, ganha uma especial relevância o papel que desempenham as redes neurais, ou seja, as ligações que conectam nossas células nervosas.

E agora uma nova pesquisa conseguiu mapear as conexões de nosso cérebro com maior precisão que nunca. Para isto utilizaram uma técnica conhecida em inglês como viral neuronal tracing. A tecnologia consiste em empregar vírus que infectam as células nervosas para ligar e desligar os neurônios, conhecendo assim como funcionam as redes neurais.

Cientistas do Instituto Salk da Califórnia melhoraram vinte vezes a eficácia desta técnica com o objetivo de mapear com maior precisão que nunca as redes neurais. Um tipo modificado do vírus da raiva pode ser utilizado para que, enquanto passa de célula em célula, seja possível conhecer qual conexão está sendo ligada e desligada.

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De acordo com Edward Callaway, professor do Instituto Salk, “para entender totalmente as funções do cérebro, devemos compreender como os diferentes neurônios se conectam uns com os outros pela extensão de diferentes áreas cerebrais. Os métodos de rastreabilidade com o vírus que desenvolvemos o tornavam possível, mas só etiquetávamos uma pequena fração de todas as conexões”.

A melhoria realizada agora não só servirá na pesquisa básica. Além de mapear com mais detalhe as redes neurais, os cientistas acreditam que esta nova técnica permitirá entender um pouco melhor o que ocorre quando as conexões e as mensagens entre as células nervosas falham. Este problema acontece, por exemplo, com o desenvolvimento de transtornos como o autismo ou a esquizofrenia.

Isto é possível, porque a tecnologia permite visualizar a “ligação” neurônio a neurônio, algo inimaginável há apenas alguns anos atrás. Graças a avanços como este, cada vez entendemos um pouco melhor o cérebro, o grande segredo que falta ser revelado à ciência.

Imagens | Gerry Shaw (Wikimedia), Instituto Salk

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