Humanos e máquinas, zoom na inteligência artificial

Por , 22 de April de 2016 a las 15:00
Humanos e máquinas, zoom na inteligência artificial
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Humanos e máquinas, zoom na inteligência artificial

Por , 22 de April de 2016 a las 15:00

Inteligência artificial, machine learning, Indústria 4.0, em debate durante a primeira jornada do ciclo de conferências Mar de Datos 2016, organizado pelo Espacio Fundación Telefónica.

A quarta edição de “Vivir en un Mar de Datos”, um ciclo de conferências com o qual a Fundación Telefónica dá voz ao conhecimento em torno ao Big Data, teve como protagonista a inteligência artificial e a outros conceitos associados como Machine Learning e Indústria 4.0.

Com todas as poltronas do auditório ocupadas, Rosa María Sainz Peña, Gerente de Projetos Editoriais e Exploração da Fundación Telefónica, abriu o evento com uma declaração de objetivos para #MarDeDatos2016, que colocava o foco na ideia de que vivemos um momento histórico na aplicação prática da tecnologia e conceitos como inteligência artificial e Indústria 4.0: “A evolução tecnológica é vertiginosa e não para”.

De acordo com Ramón López de Mántaras, Diretor e Professor de Pesquisa do Instituto de Inteligência Artificial do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), “vivemos em um mar de dados, mas o importante é viver em um mar de conhecimento. Mas passar de dados a conhecimento é complicado”. Neste contexto, sua mensagem se concentrou na diferença entre os processos de dados com técnicas estatísticas e os sistemas inteligentes. “Para que seja possível a aproximação a uma inteligência real, não a que temos neste momento, devemos dar um passo para que os sistemas inteligentes conheçam e saibam, e não apenas manipulem dados. Este é um passo fundamental para passar dessa inteligência artificial frágil a sistemas realmente inteligentes”. Um longo caminho ainda por estudar até alcançar este ponto onde os sistemas sejam o que os humanos consideramos realmente inteligentes. Como exemplo, Reed Hastings, CEO de Netflix, que afirmou que “que não dá importância ao Big Data porque as análises automáticas não superam ao instinto humano”.

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Sobre se devemos ou não dotar de autonomia absoluta a uma máquina, Ramón López comentava: “Devemos estar na posição de xadrez centauro. O binômio pessoa/máquina jogando xadrez é melhor que qualquer um deles separados. Se deveria manter o “human in the loop”, a pessoa tem que estar implicada sempre no processo”.

A inteligência artificial tem um espaço reservado dentro da Telefônica Open Future como ressalta Javier Placer, CEO da Telefônica Open Future. De fato, Open Future busca o talento aplicando uma política de bom senso baseada na dotação de ferramentas e investimento. Após quatro anos financiando startups, em novembro de 2015, Open Future superou a cifra de 100.000 projetos, entre os que tem destaque “Preseries” da BigML. Um produto que já tem clientes e que analisa automaticamente as probabilidades de que uma equipe de trabalho tenha sucesso ou não. Definitivamente, se trata de utilizar a máquina para complementar nossas decisões, assim como acontece com a posição de xadrez centauro.

Neste contexto, Javier Placer, acrescenta sua visão sobre o processo atual da inteligência artificial: “A vejo em todas partes, mas é muito importante entender que a maioria das pessoas não compreende quanto da inteligência artificial não autônoma está por trás de sua vida cotidiana. Um exemplo fácil são os semáforos. De fato, a inteligência artificial irá muito mais além. Será muito importante na educação e em outros âmbitos como nos investimentos, porque serão otimizadas muito mais as decisões e onde realizá-las”.

Outro dos aspectos que sublinha Javier Placer é o fato de chamar o “Machine Learning” por sua tradução ao espanhol: Máquina Aprendiente”. É que, do ponto de vista da interação, todos os sistemas estão em inglês, e se deve pensar no bilhão de potenciais usuários que falam em espanhol. Por isto, em sua opinião, é o momento da interação em espanhol, pois é uma ferramenta básica para o futuro.

Javier Placer continuou o percurso sobre o atual estado do Machine Learning e das mudanças que acontecerão neste campo: “A capacidade da computação, o acesso aos dados juntamente com a nuvem, é o combustível que nos permitiu que o Machine Learning, seja algo que podemos começar a utilizar, e que há quatro ou cinco anos era um sonho”. “Não temos que assumir que em algum momento haverá autonomia das máquinas, mas sim que se trata de um complemento ao nosso trabalho diário”.

Sobre a evolução do Big Data, de acordo com o CEO da Open Future, já não se fala de Big Data nem da transformação de dados. Há análise da informação, e se conseguiu, de certa forma, que se entenda que machine learning e inteligência artificial são sinônimos. “Há dez anos se falava de que o combustível do futuro eram os dados. Acredito que o Big Data vai além do uso automático que se faz dele. É mais um tema filosófico e político, onde devemos considerar de quem são os dados e para que são utilizados.

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