Esta caneta imprime cartilagem em 3D durante uma cirurgia

Por , 18 de April de 2016 a las 15:00
Esta caneta imprime cartilagem em 3D durante uma cirurgia
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Esta caneta imprime cartilagem em 3D durante uma cirurgia

Por , 18 de April de 2016 a las 15:00

Uma equipe de cientistas australianos criou a ‘Biopen’, uma caneta capaz de imprimir cartilagem em 3D.

A pesquisa realizada por uma equipe de cientistas do Hospital St. Vicent, em Melbourne, oferece um leque de possibilidades para melhorar as cirurgias. O resultado deste trabalho foi ‘Biopen’, uma caneta que imprime em 3D, com um material derivado da combinação de células tronco e de um tipo de hidrogel. Com este dispositivo os cirurgiões podem reparar a cartilagem de um paciente durante uma operação.

A reparação da cartilagem costuma ser difícil, pois não se sabe exatamente quanto dano sofreu este tecido, até ser aberto. É por isto, que há problemas para determinar previamente quanto material será necessário. “A Biopen é uma versão móvel de uma impressora 3D”, assim define este dispositivo, o professor Peter Choong, diretor de cirurgia ortopédica no Hospital St. Vicent, antes de acrescentar, que para o cirurgião é como se tivesse uma destas máquinas em suas próprias mãos. Para um trabalho de alta precisão, como o que realizam estes profissionais durante as cirurgias, contar com um dispositivo tão útil como uma impressora 3D e que pode ser manipulada tão habilmente com as mão significa uma grande evolução.

“O cirurgião pode, por exemplo, reparar um pequeno defeito na cartilagem”, conta Choong. O professor insiste na possibilidade que oferece a Biopen para personalizar a cirurgia. É que até agora o efeito da impressão 3D no setor médico passava por três fases diferentes. Em uma primeira se estudava o problema, tendo que enviar um modelo 3D para impressão em um segundo passo. Finalmente se colocava no paciente a peça ou o tecido impresso em 3D.

A Biopen reduz este processo, permitido ao cirurgião reparar uma lesão causada na cartilagem diretamente, o que além do mais permite uma maior precisão, pois existe a possibilidade de avançar pouco a pouco ao invés de colocar uma peça já criada de uma vez. O cirurgião pode fazer justamente o que quer fazer. Ao abrir é quando avalia com conhecimento de causa os danos provocados no tecido e a caneta 3D então oferece uma grande flexibilidade para atuar da melhor maneira possível.

A criação do dispositivo foi possível graças ao trabalho conjunto de perfis diferentes, entre os que encontram-se cirurgiões, biólogos especialistas no campo celular e cientistas especializados em eletro-materiais e em polímeros. Foi necessário estudar o que acontece na superfície da cartilagem e imitá-la para poder reparar o tecido com os materiais adequados.

O biogel que saí da caneta 3D se fixa através da luz ultravioleta e a sobrevivência das células após o processo é de 97%, conforme comprovaram os pesquisadores.

Imagem: Dining for women

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