O “lado escuro” do DNA se ilumina graças à tecnologia

Por , 15 de April de 2016 a las 19:00
O “lado escuro” do DNA se ilumina graças à tecnologia
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O “lado escuro” do DNA se ilumina graças à tecnologia

Por , 15 de April de 2016 a las 19:00

A ciência trata de iluminar o DNA escuro graças à tecnologia. Conhecer esta parte do genoma, desconhecida até alguns anos atrás, é crucial para a medicina.

A finalização do Projeto Genoma Humano, abriu as portas para a medicina personalizada. No inicio do século XXI, os pesquisadores acreditavam que seria possível sequenciar o DNA, para determinar a predisposição a sofrer uma doença e inclusive criar meios para individualizar os tratamentos. Isto, que naquele longínquo 2003 parecia uma quimera, começa a se tornar possível . E nos ajuda também a revelar segredos até agora desconhecidos, como a função do DNA escuro, traçando deste modo um claro paralelismo com os conceitos de biodiversidade escura de biologia ou da matéria escura da física.

Mas, o que é o DNA escuro? Durante décadas, a ciência pensou que existia uma alta porcentagem de nosso genoma que não tinha nenhuma função. Nada mais distante da realidade. Em 2012, o projeto ENCODE, já revelou que, durante décadas, os pesquisadores tinham cometido erros repetidamente. Não é que o DNA, que não codificava proteínas não tivesse nenhuma função; pelo contrário, simplesmente não se conhecia sua função. Este fato foi crucial, para entender que o também denominado DNA lixo tinha um papel importante.

Dois anos mais tarde, a ciência avançou um pouco mais para esclarecer a função do DNA escuro. Foi realizado o sequenciamento do genoma de mais de 500 pacientes afetados por um tipo de câncer, a leucemia linfocítica crônica. O trabalho dos pesquisadores, permitiu identificar uma média de 3.000 mutações por paciente que diferenciam a células cancerosas das saudáveis. Muitas destas mudanças, de acordo com seus resultados, aconteciam exatamente no DNA escuro.

DNAescuro2

Com o objetivo de seguir determinando o papel que cumprem estes tipos de genes, cientistas dos Institutos Gladstone foram além. Uma recente pesquisa, publicada na Nature Genetics, apresentou uma invenção que permite ler e interpretar o genoma humano de forma inovadora. A tecnologia consegue assim “iluminar” um pouco mais o “lado escuro” do DNA, graças ao desenvolvimento de um método computacional denominado TargetFinder.

Esta ferramenta, de acordo com os pesquisadores, pode prever onde essa parte do genoma interage com outros genes. Assim, poderemos conectar mais mutações ou “defeitos genéticos” com a matéria escura do DNA, o que ajudará portanto a determinar novos “alvos terapêuticos” para doenças de caráter hereditário. Nos últimos anos, a pesquisa conseguiu corrigir erros passados e conhecer um pouco mais sobre o DNA escuro. Algo inimaginável há apenas uma década, mas que pode transformar a medicina e a forma de abordar as patologias.

Imagens | Shaury (Flickr), Stuart Caie (Flickr)

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