Dois pesquisadores russos criaram uma impressora ecológica que não emprega tinta comum, mas um modelo de cor inspirado na natureza.
Existe, às vezes, a noção de que as tecnologias que se encontram tão estabelecidas como a impressão, não possuem mais possibilidades de avançar. Em concreto, a técnica de jato de tinta funciona há muito tempo e outras tecnologias, como a impressão a laser, não conseguiram acabar com seu reinado. Porém, possui desvantagens que nem sempre são visíveis a olho nu. Os modelos de cor que utilizam, seja CMYK ou RGB, misturam pigmentos para chegar às tonalidades desejadas e para isto são empregadas substâncias que podem prejudicar o meio ambiente.
Entre as substâncias que são utilizadas para misturar cores,há algumas tintas que são tóxicas para o meio marinho, inclusive há tintas que reagem com materiais mais comuns, como desinfetantes, para formar derivados prejudiciais.
Este foi um dos motivos pelos quais dois cientistas russos da Universidade ITMO, em São Petersburgo, investiram tempo e esforço para criar uma impressora ecológica, que possui uma forma de criar a cor inócua para o meio ambiente. Na realidade o segredo encontra-se exatamente no tipo de tinta, pois a tecnologia de impressão é a mesma que há nas máquinas de injeção de jato de tinta.
Os efeitos desta tinta são obtidos graças a sua nanoestrutura. Os pesquisadores se inspiraram na natureza para chegar a este método. É que algumas espécies, como as lulas, são capazes de modificar a nanoestrutura de sua pele para se adaptarem ao meio onde se encontram e se camuflar.
Isto transportado para o papel, ou a qualquer outra superfície de impressão, quer dizer que é necessário que a nova tinta permita mudar a nanoestrutura do material para que reflita a luz de uma determinada forma. As pesquisas realizadas anteriormente encontraram dificuldades para fazer algo assim, devido a que os materiais empregados necessitavam altas temperaturas para fixar-se (o que invalidaria o papel como superfície de impressão).
Após experimentar com várias substâncias, os pesquisadores russos comprovaram que a que mais se ajustava a seu objetivo, é uma tinta incolor baseada em dióxido de titânio no sistema coloidal. O material empregado não necessita altas temperaturas para fixar a cor, portanto pode ser utilizada em uma vasta variedade de superfícies. A cor é controlada variando a espessura do jato de tinta que é lançado sobre a superfície de impressão.
Os cientistas não só conseguiram criar uma impressora ecológica, mas também que a cor não se apague com a exposição aos raios solares. É verdade que ainda não conseguiram obter alguns tons muito fortes, como um vermelho intenso, com este método. Ainda falta muito por pesquisar.
Imagens: danielfoster437 e RobotSkirts