Os chips baseados em neurônios biológicos querem desafiar a lei de Moore

Por , 4 de April de 2016 a las 19:00
Os chips baseados em neurônios biológicos querem desafiar a lei de Moore
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Os chips baseados em neurônios biológicos querem desafiar a lei de Moore

Por , 4 de April de 2016 a las 19:00

Oshiorenoya Agabi é o fundador de Koniku, uma empresa focada no desenvolvimento de neurochips, que não só simulem o funcionamento do cérebro, mas que também utilizem neurônios criados em laboratórios para “pensar”.

Oshiorenoya Agabi é o fundador de Koniku, uma startup fundada em 2014, com sede em Newark, Califórnia. A base de sua atividade é o princípio de que o cérebro humano é o computador mais potente e, por cima de tudo, mais eficiente criado até agora. Partindo disto, a ideia é dotar os chips informáticos dessa capacidade de processamento, unindo a parte eletrônica com neurônios criados em laboratórios.

De fato, a equipe de Agabi já criou um, como eles chamam, neurochip. Formado por neurônios biológicos, é capaz de detectar partículas em partes por trilhão com somente 64 neurônios, o que lhe permite uma sensibilidade sem precedentes.

Porém, querem expandir o número de neurônios contidos em seu chip assim como se faz nos processadores de silício, até conseguir alcançar milhões de neurônios por chip, expectativa que, de momento, é mais uma utopia que um fato próximo da realidade. Apesar disto, o objetivo final é superar claramente a lei de Moore.

No início, começaram simulando o funcionamento neuronal com chips tradicionais, mas pensaram que nunca chegariam às mesmas funções sem integrar realmente partes biológicas. Outras grandes empresas estão pesquisando sobre estruturas informáticas similares aos computadores, mas sem as partes biológicas que tornam especial o projeto de Agabi.

Os primeiros neurochips estão preparados para serem vendidos nos próximos meses, e um dos primeiros clientes é uma empresa de drones que espera que, com as capacidades dos novos cérebros, sejam capazes de detectar filtrações de metano em refinarias de petróleo. Outra empresa, por outro lado, quer detectar os efeitos que os medicamentos terão no cérebro.

O aspecto que, provavelmente, a equipe mais deseja melhorar é a eficiência. Partindo do fato de que desejam que a informática chegue a ter a capacidade de processamento do cérebro, comparam o consumo energético teórico de ambos, e observam que o computador mais potente consome 24 megawatts, enquanto o cérebro necessita apenas 10 watts.

Por último, Agabi pensa que os neurochips mais desenvolvidos terão a capacidade (assim como o cérebro) de adiantar-se a qualquer outra técnica de machine-learning, devido a como é o funcionamento de um cérebro humano diante dos conjuntos de instruções mais rigorosos e programados de um processador.

Imagem: Koniku

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