Os grandes pilares da Apple em seus 40 anos de vida

Por , 1 de April de 2016 a las 19:00
Os grandes pilares da Apple em seus 40 anos de vida
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Os grandes pilares da Apple em seus 40 anos de vida

Por , 1 de April de 2016 a las 19:00

Hoje Apple faz 40 anos. 40 anos da companhia que mudo a tecnologia para sempre. Vejamos quais foram seus principais pilares.

40 anos são muitos anos. Poucas empresas tecnológicas sobreviveram tantos e, principalmente, poucas conseguiram ter sucesso, ou melhor, renascer de suas cinzas quando praticamente tinha desaparecido. Mas hoje falamos de Apple, uma empresa que, apesar de ter tido uma competência muito dura e com muito mais poder em certos momentos, conseguiu o que poucas fizeram: deixar sua marca pessoal e, em menor ou maior medida, ser considerada relevante nas vidas de seu público. Vamos ver quais foram os pilares que sustentaram tudo isso durante esses 40 longos anos da Apple.

Steve Jobs

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Nunca o fundador de uma empresa conseguiu o que Steve Jobs conseguiu com Apple. Provavelmente houveram casos de sucesso ainda maiores, como o do próprio Tim Cook em se atual mandato. Na Apple, no entanto, Steve Jobs não foi um mais por trás dos excelentes números, um executivo mais. Steve Jobs foi uma bandeira da companhia de Cupertino, e isto é inegável. Como cofundador, junto a Steve Wozniak e ao esquecido Ronald Wayne, conseguiu imprimir por cima de todos seus princípios e sua visão de como tinha que ser a tecnologia que, de acordo com ele, mudaria a vida das pessoas.

Desde o princípio sempre teve muito claro que, um dos grandes trunfos da Apple tinha que ser comercializar o software que Wozniak escreveu em seus próprios computadores, sem oferecer a licença a outros fabricantes. É alfo que sempre caracterizou a Apple, a não ser no período escuro sem Jobs (1995-1997), no qual a empresa decidiu licenciar seu sistema operativo com o objetivo de expandir sua cota de mercado. Fora nesse momento, as soluções integradas, que hoje vemos em toda a gama de dispositivos, marcou a estratégia da Apple e supõe um dos grandes legados de Jobs.

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Outro, desde o processo de design e fabricação do Macintosh original, e junto com a equipe de engenheiros que ajudou a cria-lo, foi que a informática devia ter um papel no lar, em contra do corporativismo da época.

Pese a ser o primeiro computador comercial em trazer uma interface de usuário controlável por mouse, as vendas a longo prazo não foram como esperado, e para o mercado empresarial mais dado a investir grandes somas de dinheiro, a carência de software foi um fator decisivo para migrar a outros sistemas. É aqui quando chega um dos grandes paradoxos da história da Apple. Steve Jobs foi levado a demitir por uma pessoa que ele mesmo selecionou, John Sculley. Depois de uma caída nas vendas, a empresa começou um processo de reestruturação. Sculley decidiu relegar Jobs da liderança na equipe de Macintosh e, depos de se sentir muito frustrado, acabou se demitindo e vendendo todas suas ações, menos uma simbólica.

Neste ponto, Jobs viveu 12 anos separado da Apple. No entanto, sua atividade durante este período, além de considerar-se objetivamente produtiva, teria grande parte da culpa no futuro êxito da Apple. Deixando Pixar de lado, Jobs fundou NeXT Computer, e seu sistema NeXTstep, seria não apenas um ativo mais atrativo de Jobs para voltar a Apple, que precisava de software de qualidade depois de anos de estancamento, como também serviu como a base do que hoje em dia é OS X. Graças a que Gil Amelio, CEO da Apple em 1997, decide comprar NeXT, Jobs pôde voltar à casa pela porta grande, sendo escolhido CEO temporal. Passando depois a CEO definitivo.

E é aqui quando Jobs deixa mais marca que nunca. Impulsa o nascimento de alguns dispositivos e serviços que, hoje em dia, são considerados como os grandes salvadores da empresa: iMac, iPod (e iTunes Music Store). Entre a data de lançamento dos dois últimos, em 2002, Jobs começou a pensar em lançar uma tablet. No entanto, a tecnologia ainda não estava preparada para um projeto como esse; pelo que a atenção se voltou para o primeiro iPhone original. A era do iPode tinha passado, e Jobs não se importava em canibalizar seu catálogo, sempre que os movimentos seguissem para o futuro. Em 2010, a que foi sua última keynote devido aos problemas de saúde que esse mesmo ano o levaria à morte, Jobs apresentou ao mundo o elo perdido entre o smartphone e o laptop: o iPad. O resto, é história.

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O público fiel

Nos 40 anos da Apple sempre existiu, até em seus momentos mais baixos, algo do que outras empresas tecnológicas carecem: clientes que não só adquirem seus produtos, como também sentem verdadeiro fascínio pela companhia e que, ainda que o nível dos lançamentos costuma ser alto, perdoam tudo o que for preciso. Como lógico encontramos que, hoje em dia, a qualidade de seus produtos (sem entrar em debates sobre preços exagerados) é bastante alta.

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Isto fez que desde o renascimento da empresa, cada vez sejam mais os clientes que afirmam “compartilhar os valores que a marca impulsa”, assim como “a forma de ver o mundo”. Por isso, parte do público da Apple (não se pode falar de uma totalidade em uma empresa que vende para todo mundo) se pode relacionar mais com os sentimentos que despertam esportes como o futebol que com os que levantam outras tecnológicas. Foi um grande pilar e as grandes filas nos lançamentos dão mostra de que o continuam sendo.

A inovação

Sem dúvida, um dos grandes debates históricos sobre a figura da Apple como empresa tratou sobre seu grau de inovação. Por uma parte, a visão geral que se tem da empresa é a de muito inovadora e rompedora em todos os mercados onde, desde a volta de Jobs, quis estar. Costuma-se alegar que Apple não inventou a interface de usuário, mas que a “roubou” de Xerox. Outras muitas cozes desacreditam o trabalho da Apple com o iPod, iPhone ou iPad. E podem ter parte de razão; Apple não inventou os smartphones, os tablets ou os reprodutores MP3.

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Mas com maior ou menor relevância, somente temos que prestar atenção a esses mercados em 2001, 2007 ou 2010, passa saber que, ainda que não criasse novos segmentos, aproximou mercados de nicho ao público geral. Atrás disso existe uma explicação: principalmente, iPhone e iPad se desmarcaram radicalmente de produtos que já existiam, mas que quase nenhum usuário normal queria usar. Pessoalmente, mais do que considerar Apple como uma companhia inovadora, acho que ela é disruptiva.

A propaganda

Desde seus primeiros dias, Apple como empresa esteve rodeada por alguns dos melhores publicistas do mundo. Dadas as exigências de Jobs, não era tarefa fácil. Os spots da Apple, fora querer vender os produtos, vende também uma imagem e os valores da marca. Desejam vender uma ideia. É algo que podemos ver na mítica propaganda de 1984, emitida durante o descanso da Super Bowl. Tomando como base a obra 1984 de George Orwell, crítica com os totalitarismos, Apple e Ridley Scott representaram ao Big Brother como um ente opressor, mas não como dirigente máximo do Partido Único, e sim como sua maior rival na época, IBM. Com a propaganda, queriam dar a conhecer o Macintosh, mas o importante era a mensagem de liberação que ofereciam.

Dentro de outras excelentes propagandas, a outra que desta é a titulada “Think Different”, outro fruto da volta de Jobs. Com ela, Apple se identificava com grandes gênios da história em múltiplos âmbitos, definindo como afetaram suas vidas e ideias ao mundo. Era a época na que pensar em computadores, era pensar em PCs com Windows e processadores Intel. Apple chamava a pensar diferente, para mudar a realidade.

O design

Apple é considerada, como Sony nos 80, ou Braun na época de Dieter Rams, uma das empresas que mais aportou ao design dos produtos. Ainda que em algum caso fazê-lo bonito tenha resultado problemático, como ocorreu com o PowerMac G4 Cube, que sofria problemas de sobreaquecimento, Apple, principalmente quando liderada por Jobs, e atualmente, em uma empresa que não concebe a funcionalidade sem um bom design. Até o ponto de que certos produtos se atrasaram durante anos por não ser a parte técnica compatível com esquemas muito avançados para seu tempo. Jobs costumava dizer que quando pensavam no produto, pensavam na experiência final entre estética e funcionalidade, pois sem a primeira, os produtos não teriam essência.

Como exponentes máximos do design, pensamos num computador e um smartphone. O primeiro não pode ser outro que o iMac G4 “Abajur”, exposto no MoMa. Trata-se de um computador all-in-one que, ainda a dia de hoje, continua surpreendendo por sua flexibilidade e capacidade de movimento de seu braço, como vemos na propaganda. Além disso, depois da “corcunda” do iMac G3, surpreendeu enormemente como na parte inferior couberam o computador e os circuitos.

E por último, o smartphone que significou a decolagem definitiva da Apple no mundo celular. Não é outro que o iPhone4, um dos grandes exponentes até a data do design industrial da equipe dirigda por Jonatha Ive, que também passou a se ocupar da interface de usuário. Depois de vir do plástico, o vidro da parte traseira unido com o alumínio dos laterais (que deu algum problema), fizeram com que se convertesse em um dos exemplos a seguir e, de fato, 6 anos depois, certas linhas de seu design continuam existindo no recém-lançado iPhone SE.

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