Os avanços na medicina que chegaram do espaço

Por , 27 de March de 2016 a las 12:00
Os avanços na medicina que chegaram do espaço
Saúde

Os avanços na medicina que chegaram do espaço

Por , 27 de March de 2016 a las 12:00

Ecografias a distância, plataformas para mapear a distribuição de mosquitos que transmitem doenças ou roupas contra dores nas costas: estes são alguns dos avanços que vieram do espaço.

Tiras de papel para diagnosticar o ebola, tratamentos para hackear nosso sistema imunológico na luta contra o câncer e leitura do DNA para conhecer nossa pré-disposição a determinadas doenças. São alguns dos grandes avanços da pesquisa no cuidado da nossa saúde. Mas não são os únicos. Mesmo que pareça ficção científica, muitas pesquisas e resultados vieram do espaço. De maneira que podemos falar que a exploração espacial a bordo, por exemplo, da ISS está por trás de algumas melhorias tecnológicas que repercutirão na medicina do século XXI.

Há quase um mês a Agência Espacial Europeia (ESA, por suas siglas em inglês) mostrava um de seus últimos projetos. A tecnologia TESSA, desenvolvida pela organização para realizar testes médicos nos astronautas que estiveram em órbita, está sendo implementada em alguns hospitais da França. A ideia consiste em realizar ecografias a distância, de forma a garantir a assistência sanitária nas regiões mais isoladas ou com menor população. Deste modo, um especialista radiologista pode controlar um equipamento de ultrassons a centenas ou milhares de km, enquanto o aparelho de ultrassom irá transmitendo os dados em tempo real.

Esta iniciativa, relacionada diretamente com o campo da telemedicina, é o resultado de treze anos de pesquisa no espaço. Graças a estas ecografias a distância, se estuda o funcionamento do coração e do sistema cardiovascular dos astronautas, que podem se ver afetados pelas condições de microgravidade. De acordo com informações da ESA, a tecnologia pode ser implementada em zonas remotas ou de difícil acesso, como barcos e prisões, sempre que possuam internet ou uma conexão via satélite. Por surpreendente que pareça, este não é o único avanço biomédico chegado do espaço.

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O sistema cardiovascular é afetado pelas condições da ISS, mas também tecidos como a pele ou os músculos. Por essas razões, muitos astronautas sofrem problemas como dores nas costas ao retornar à Terra. Na metade do ano passado, a Agência Espacial Europeia anunciou que começaria os testes de Skinsuit, uma roupa que utilizam os astronautas para ter uma gravidade parecida àquela que existe em nosso planeta e evitar assim estes problemas médicos.

Outro avanço médico que chegou do espaço foi a iniciativa Vecmap. Desenvolvida graças a uma colaboração entre a ESA e a consultora belga Avia-GIS, a plataforma tinha como objetivo “mapear” a distribuição do Ochlerotatus japonicus, um mosquito relacionado com doenças como a dengue e as febres de chikungunya ou do Nilo ocidental. O objetivo era conhecer os lugares onde estava o inseto para prevenir a aparição de focos problemáticos para a saúde pública. A plataforma é auxiliada por satélites de navegação, que coletam a posição dos agentes de saúde e seus celulares para enviar esta informação a uma base de dados centralizada.

São exemplos que demonstram que a investigação no espaço pode ajudar a prevenir, diagnosticar e tratar algumas doenças. Por muito que estes avanços pareçam retirados de um filme ou um livro de ficção científica, a exploração espacial pode nos oferecer avanços muito interessantes para cuidar da nossa saúde.

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