A artrose é uma das doenças mais frequentes na população adulta. A aparição deste transtorno se deve ao desgaste da cartilagem, o tecido conectivo que se encontra “revestindo” articulações como o joelho ou as uniões entre as costelas e o esterno. Caso aconteça alguma lesão na cartilagem, os pacientes sentem dor, rigidez e incapacidade motora nas articulações afetadas.

O problema da cartilagem é que não se regenera. O tecido conectivo também não recebe irrigação sanguínea, por isto, caso haja desgaste do mesmo, as articulações são afetadas. Isto provoca dor nos pacientes, ao notar que falta do “acolchoamento” que evita a fricção entre os ossos. Mas, um trabalho realizado na Suécia poderia melhorar as expectativas futuras, das pessoas com problemas de cartilagem. E tudo graças às células provenientes das vacas.

Investigadores da Universidade Umeå, estavam estudando métodos de engenharia tissular, para produzir cartilagem no laboratório. O objetivo era contar com ferramentas alternativas para tratar a pacientes afetados com doenças como a artrose. Através do uso de células de vacas, os pesquisadores conseguiram obter uma forma de cultivo celular adequado às moléculas de sinalização, os “andaimes” que permitiam criar cartilagem de maneira artificial.

De acordo com a tese apresentada, a utilização de condrócitos primários de origem bovina poderia levar à fabricação in vitro de cartilagem. O processo não foi possível ainda, já que estão envolvidos diversos fatores de crescimento, e o ambiente mecânico no qual se cria este tecido é de difícil reprodução em laboratório. Mas, graças às células de vacas e as pesquisas desenvolvidas, os cientistas foram capazes de criar cartilagem saudável de forma artificial, que apresentava propriedades parecidas às da cartilagem que reveste normalmente nossas articulações.

De acordo com suas conclusões, o trabalho desenvolvido pode permitir a fabricação de tecido conectivo in vitro, a partir de células-tronco. Desta forma poderíamos obter de maneira simples e econômica cartilagem, com a finalidade de reparar as articulações danificadas. O desafio agora é melhorar a qualidade da cartilagem obtida, além de melhorar sua estrutura para que seja a mais parecida possível à cartilagem humana. caso se consiga, este tecido artificial poderia ser utilizado no futuro em medicina regenerativa.

Imagem | Carlos Luis MC Da Cruz (Wikimédia), Ganímedes (Wikimédia)