Cientistas descobrem um método para produzir moléculas neuroprotetoras

Por , 28 de February de 2016 a las 12:00
Cientistas descobrem um método para produzir moléculas neuroprotetoras
Saúde

Cientistas descobrem um método para produzir moléculas neuroprotetoras

Por , 28 de February de 2016 a las 12:00

Cientistas do Dartmouth College conseguem sintetizar moléculas que poderiam proteger os neurônios dos danos causados por doenças neurodegenerativas.

Há pouco mais de um século, Santiago Ramón y Cajal recebia o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina depois de descobrir que o sistema nervoso estava composto de células individuais. Ao contrário do que se acreditava então, o cérebro não era composto de uma rede reticular, mas por células adjacentes chamadas neurônios.

A contribuição do investigador espanhol mudou para sempre a nossa compreensão do sistema nervoso. Mas o estudo do cérebro permanece um mistério, por isso foram lançadas recentemente iniciativas como o Human Brain Project. Um dos objetivos principais é determinar as causas do aparecimento de doenças neurodegenerativas tão devastadoras como a esclerose múltipla, o mal de Parkinson ou de Alzheimer. O objetivo? Detectá-las a tempo e ser capaz de desenvolver tratamentos que detenham ou curem esses transtornos.

Já faz algum tempo que os cientistas depositaram suas esperanças no chamado fator neurotrófico do cérebro. Esta proteína funciona como um “agente de proteção” contra a morte neuronal, um mecanismo que está por trás de muitas das doenças neurodegenerativas mencionadas acima. Segundo demostrado num trabalho da Universidade Autónoma de Madrid, esta molécula poderia promover a sobrevivência de neurônios, as células que Cajal observou em seu microscópio mais de cem anos atrás.

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Demostrar que este fator neurotrófico derivado do cérebro pode ser utilizado para tratar doenças não é fácil, uma vez que deve assegurar sua eficácia e não toxicidade. Mas os pesquisadores também estão trabalhando para desenvolver moléculas que imitem seu funcionamento, isto é, para promover e incentivar a sobrevivência de nossos neurônios. Um estudo recente da Dartmouth College, nos Estados Unidos conseguiu sintetizar moléculas de interesse que funcionam de forma semelhante, em outras palavras, evitam a morte neuronal e protegem as células nervosas.

Estas moléculas, que têm propriedades neurotróficas como as do fator referido antes, são encontradas na natureza. No entanto, sua concentração é baixa e não existem quantidades suficientes para isolar e poderem ser testadas e utilizadas como terapias. Por conseguinte, um método alternativo é necessário para produzir estes compostos, um objetivo atingido por estes pesquisadores. Conforme publicado no Journal of the American Chemical Society, os cientistas foram capazes de sintetizar três moléculas com propriedades neurotróficas que poderiam agora ser estudadas para avaliar se favorecem ou não a sobrevivência neuronal.

“Avanços como este são fundamentais para lançar as bases da ciência que estude estes produtos naturais como agentes terapêuticos”, disse Glenn Micalizio, pesquisador principal do trabalho. Este primeiro passo vai ajudar a ver no futuro, se, de fato, esta classe de compostos podem ser utilizados como agentes neuroprotetores para reparar os danos de doenças neurodegenerativas.

Imagens | Dartmouth College, Chempetitive (Wikimedia)

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