O legado de Marvin Minsky, o pai da inteligência artificial

Por , 23 de February de 2016 a las 19:00
O legado de Marvin Minsky, o pai da inteligência artificial
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O legado de Marvin Minsky, o pai da inteligência artificial

Por , 23 de February de 2016 a las 19:00

A morte de Marvin Minsky deixou órfã a pesquisa em inteligência artificial. Este é o legado do homem que sonhou com máquinas tão inteligentes como nosso cérebro.

25 de janeiro, o MIT comunicava oficialmente a triste notícia. Marvin Minsky, considerado como o pai da inteligência artificial, morreu com 88 anos. Nos deixava assim um pesquisador pioneiro, professor emérito do MIT e fundador do laboratório de ciências da computação da instituição, também conhecido como CSAIL. O primeiro cientista a estabelecer os fundamentos de inteligência artificial foi, sem dúvida, Alan Turing. Mas Minsky foi capaz de desenvolver esses pilares iniciais, sugerindo que uma melhor compreensão do cérebro permitiria criar máquinas mais inteligentes. Alguns destes princípios podem ser encontrados hoje em iniciativas como o Human Brain Project, concebido para revelar alguns dos segredos da nossa mente.

O cientista definiu a inteligência artificial como “a ciência de fazer que as máquinas façam coisas que exigiriam inteligência se feitas por um ser humano”. No laboratório CSAIL desenvolveu invenções como mãos robóticas que podiam manipular objetos, um scanner visual, microscópio confocal ainda usado na ciência ou redes neurais com capacidade de aprendizagem. Essas aplicações foram criadas entre os anos cinquenta e sessenta, ajudando a moldar o conceito atual de inteligência artificial.

Minsky estava convencido de que algum dia conseguiríamos desenvolver máquinas tão inteligentes quanto nosso cérebro. Mas nos últimos anos, com as restrições orçamentais existentes, o cientista foi menos otimista sobre estes resultados hipotéticos. “O tempo que demora depende do número de pessoas que trabalham nos problemas certos. Neste momento não há recursos ou pesquisadores suficientes”, dizia.

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O grande legado de Marvin Minsky, de acordo com o júri dos Prêmios Fundação BBVA Fronteira do Conhecimento, se concentrou no desenvolvimento da inteligência artificial, graças aos seus “trabalhos sobre o aprendizado das máquinas em sistemas que integram robótica, linguagem, percepção e para além do conhecimento planejamento além da representação do conhecimento à base de quadro (frames)”. Sua figura foi chave para compreender a transformação experimentada pelos primeiros computadores -aquelas calculadoras enormes que se usavam em computação-para resultar nos computadores presentes na tecnologia que usamos diariamente.

Marvin Minsky também ajudou a produzir obras bem conhecidas como 2001: Uma Odisséia no Espaço e Jurassic Park. Sua colaboração com Stanley Kubrick primeiro serviu para criar o computador mítico HAL se rebelava contra os seres humanos, como lembra Nuño Domínguez no El País. No caso do famoso romance de Crichton, Minsky inspirou o escritor ao falar com ele sobre as células, dinossauros e DNA. Um diálogo sem o qual não teria visto a luz um dos grandes livros de ficção científica recente.

A pesquisa em inteligência artificial fica órfã com a morte de Marvin Minsky. Mas seu trabalho ajudou a entender que, um dia, as máquinas devem imitar o funcionamento do nosso cérebro. Em outras palavras, não só terão que ser inteligentes, mas dotados de senso comum, que não é senão o conhecimento aprendido com a experiência. Como um de seus alunos no MIT, “vivemos, pelo que aprendemos o tempo todo, dia e noite, sempre que queiramos”.

Imagens | MIT, Vimeo

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