As Smart Instalações Esportivas revolucionam o esporte

Por , 17 de February de 2016 a las 15:00
As Smart Instalações Esportivas revolucionam o esporte
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As Smart Instalações Esportivas revolucionam o esporte

Por , 17 de February de 2016 a las 15:00

Melhorar seu rendimento em uma disciplina ou aproveitar um acontecimento esportivo com uma nova dimensão digital a seu alcance nunca foi tão fácil e divertido

As instalações esportivas entram dentro desses serviços que devem ser previstos nas Smart Cities e, portanto, essas instalações esportivas devem compartilhar seus princípios smart.

Uma Smart City, e, portanto, suas instalações esportivas, deveria se desenvolver em três aspectos principais: sustentabilidade, desenvolvimento econômico e prestação de serviços e tudo isto aproveitando as tecnologias (Big Data e Internet das Cosas). Nesta cidade eficiente, o habitante de hoje é denominado como cidadão Millennial – digital, móvel, sempre conectado – quem desenha os produtos que consome sob os critérios de: “o que eu quiser, quando quiser, como quiser e onde quiser”, pelo que este cidadão necessita produtos e serviços “customizáveis”.

O primeiro que pode vir à mente quando falamos de instalações esportivas dentro de uma Smart City, podem ser os ginásios esportivos municipais, mas não só há instalações públicas: também há hipódromos, circuitos, aeródromos, academias, estádios…

Então, não se deve esquecer a participação do setor privado neste ecossistema smart.

As oportunidades de negócio no mundo do esporte

O mundo do esporte está totalmente integrado na sociedade e deve adaptar-se aos paradigmas antes descritos de sustentabilidade, negócio e prestação de serviços através da tecnologia. Está tão integrado na sociedade que as marcas, redes de televisão e redes sociais sempre patrocinaram as grandes competições.

Inclusive hoje, a indústria do esporte está crescendo exponencialmente, gerando grandes lucros pelos direitos de transmissão televisiva, aumentando ainda mais a profissionalização do esporte para melhoria dos resultados competitivos, acrescentando a revolução digital e Big Data tanto na melhoria de resultados como no marketing…

Deste modo, através da gestão smart do esporte é como se explica o último contrato televisivo do “premier league” por 7 bilhões de euros comparados aos 800 da “liga”. O mesmo acontece com o contrato televisivo da NBA que fez com que jogadores como Lebron James assinassem seu último contrato somente por dois anos para esperar a chegada deste contrato televisivo e renegociar seus salários, ou outros como Kobe Bryant que estendam sua vida esportiva…

A “premier league” demonstrou que a negociação coletiva traz mais lucro ante os espanhóis que negociam individualmente seus direitos. A “premier league” possui distribuição mais equitativa, trazendo igualdade e equipes mais saudáveis economicamente.

Então, fica claro que há dinheiro no mundo do esporte, ou seja: deve haver oportunidade de negócio. E está claro que não se restringe às grandes ligas esportivas, mas ao impacto nos usuários comuns que consomem esporte.

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Transformação Smart das instalações esportivas

Essas oportunidades de negócio estão criadas para aproveitar o Big Data gerado em torno do esporte para chegar de maneira eficaz ao consumidor final e vender então melhor as marcas, mas também estão baseadas no Big Data para melhorar o rendimento esportivo dos competidores, sejam profissionais ou amadores.

Então, a transformação das instalações esportivas direcionada a um modo de gestão smart, possui dois aspectos a implementar ao mesmo tempo:

1.- A relação com o usuário: Pelo Big Data e pelas TIC, a explotação dos negócios muda necessitando uma maior personalização da oferta ao cidadão Millennial. Devem ser oferecidos conteúdos relevantes e disponibilizar ao máximo.

2.- A relação com o próprio esporte: IoT, Wearables, beacons e Big Data criam novas iniciativas em gestão esportiva e em aumento do rendimento esportivo.

Ou seja: são necessários desenvolvimentos tecnológicos a nível de negócio baseadas em aplicativos, redes sociais, redes de TV, rádios, videogames, compras… e também a nível esportivo baseadas em beacons, Wearables, sensores, centros de processamento de dados…

E este é o primeiro dos modelos de negócio que surge: os desenvolvedores de aplicativos e hardwares que dão cobertura a amadores e ao esporte.

Aplicativos para enriquecer a experiência do consumidor nos estádios, para monitorar o rendimento esportivo de um usuário amador e para aumentar o rendimento em um profissional.

É necessária a análise massiva de dados em tempo real para tomar decisões em eventos, marketing, previsão e melhoria das táticas e jogadas…

Em resumo, há dois trabalhos simultâneos a realizar na transformação smart de uma instalação esportiva.

–Aumentar o rendimento graças ao Big Data, wearables, Iot.

–Fan engagement e oportunidades comerciais através das redes e apps.

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Antecedentes em transformações esportivas graças à tecnologia

Antes deste momento de transformação digital de todos os modelos de negócio que estamos vivendo atualmente, já houve uma melhora no rendimento e na experiência cliente proporcionada por outras tecnologias anteriores, por exemplo:

Marcadores eletrônicos no lugar dos marcadores de tela, olho de falcão, foto finish, as medições de audiências que implicam preços em patrocínio.

Tudo isto, antes como agora, para ganhar competições e aumentar a audiência.

A mudança daquelas tecnologias para as de agora se vê em exemplos como que hoje se pode seguir um carro de fórmula 1 com a tecnologia de seguimento de mísseis, que já é acessível ou por sensores debaixo do asfalto. Ou que hoje a medição de audiência se realiza através das redes sociais, vendo o número de seguidores de um atleta, aumentando assim seu cachê (e não da equipe inteira, o que supõe uma maior eficiência) E isto só para citar exemplos de implementação em experiência cliente, e na melhoria do rendimento esportivo.

Mas não se deve esquecer que há amadores que também querem melhorar seu rendimento esportivo, ou seja: não é necessário ser um profissional para querer melhorar. Estes usuários estão no ponto intermediário entre o consumidor de esporte como lazer e o atleta profissional.

As tecnologias atuais permitem melhorar o rendimento de um atleta amador, já que muitas dessas tecnologias estão ao alcance através desses dispositivos que utilizam os millenialls.

Para desenvolver esta dupla estratégia de comunicação com o usuário e a melhoria do rendimento esportivo, é necessário ter os dados coletados e convenientemente organizados, para tomar decisões de gestão da instalação ou negociar contratos de patrocínio. As marcas estão interessadas nestes dados, assim como os desenvolvedores de TICs ou os atletas. Ou seja, as empresas de comunicação, de tecnologia, de cronometragem…

Vamos imaginar que uma marca de bolas de futebol tem acesso à informação de que é o aniversário de uma criança, que irá ao estádio no dia do jogo com seu pai. Parece que poderia acertar colocando no dispositivo do pai (e da criança também) uma oferta personalizada.

Portanto, na atualidade estamos vivendo mudanças baseadas na tecnologia, como sempre aconteceu, mas agora já se ouve cada vez mais de maneira habitual, “já não estamos em uma época de mudanças, mas sim em uma mudança de época”, o que nos faz pensar que estas mudanças são mais profundas e radicais.

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Implementação do modelo de gestão Smart

As instalações esportivas são além do local onde se pratica ou disfruta do esporte e da competição, geradores de dados. A maneira de realizar essa transformação smart da gestão e negócio da instalação é, em minha opinião, formalizar parceiros com um desenvolvedor tecnológico.

Assim, a instalação pode dispor da última tecnologia, inclusive diferenciais comparados com outras instalações, sem ter que investir diretamente nos desenvolvimentos, mas compartilhando seus dados.

A parceria inteligente através da tecnologia gera oportunidades para entregar dados de qualidade e melhorar a experiência de um evento. A parceria com o correto sócio implica não ter que investir em sistemas que já lhe proporciona o sócio tecnológico, economizando tempo e dinheiro.

Se o provedor/sócio de tecnologia possui experiência em outros esportes ou no mesmo esporte será favorável.

Mas não se deve esquecer a diferença: trata-se de que o parceiro tecnológico busque a inovação e não só realize serviços padronizados. Isso proporcionará competitividade à experiência do consumidor e ao aumento do rendimento dos atletas.

Logo chegarão os patrocinadores, que desejarão estes dados para outras campanhas de marketing. Se uma instalação esportiva é de ponta e fiável, aparecerão esses patrocinadores e nos comprarão dados.

Neste processo é necessário compromisso de transparência entre os parceiros e os novos patrocinadores que surgirão depois.

Depois de compreender que a instalação esportiva gera dados e que o parceiro tecnológico os armazena e organiza, terá que transformá-los em valores para que sejam interessantes aos patrocinadores, atletas (profissionais ou amadores) e usuários.

Isto se conseguirá através do uso eficaz dos dados e consiste em alinhar parceiros: tecnologia, patrocínio, experiência cliente e as possibilidades que ofereça a instalação esportiva em relação a sua utilização, ambiente e etc… E nunca perder o foco de que se trata de aumentar rendimentos e aumentar experiências (não só durante um evento esportivo, mas também antes e depois com as redes sociais).

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Primeiras experiências na Espanha

Na Espanha já foram realizadas algumas tentativas parciais, ou seja: com foco na experiência do usuário ou focadas no aumento do rendimento, mas ainda não estamos chegando à gestão integral. Dois casos que foram comentados na imprensa foram os seguintes:

O caso do estádio de futebol de Mestalla para aumentar a experiência cliente:

A nível de experiência do usuário foi feito em Mestalla ano passado, implementando TV para o celular, como Verizon fez nos Estados Unidos.

A tecnologia empregada foi LTE Broadcast e consiste em distribuir conteúdo exclusivo através das redes de telefonia em um estádio sem deixar em colapso a rede 4G.

Se criaram 6 canais: retransmissão em circuito fechado (câmaras no estádio, tranporte do hotel ao estádio, banco de reservas, vestiários, palcos…), redes sociais, moviola em 3D, rádio online, informação complementar (fichas dos jogadores, posição em campo, estatísticas).

Ver o que acontece no estádio e complementá-lo com imagens, informações, comentários em tempo real no celular. E fazer ofertas comerciais.

Este é um canal para ampliar a experiência do cliente, agarrar o millennial, conseguir melhor patrocinador porque se oferecem dados personalizados…

No caso do Hipódromo da Zarzuela para melhorar o rendimento esportivo:

A nível de aumento do rendimento também há experiências na Espanha como aconteceu no Hipódromo da Zarzuela com a implementação do sistema PEVIC, que coleta distância, tempo, velocidade, pulsações…

Está claro que, no que se refere ao aumento do rendimento, a tecnologia em formula 1 e motociclismo é ainda mais importante que no futebol ou basquete. O fator humano se mistura com o tecnológico. O importante nestes esportes é a tecnologia mais que o piloto. Selecionam os melhores engenheiros para que estejam na frente da própria competição.

A profissionalização nos leva a tentar superar os limites estabelecidos. Hoje a inovação está mudando o esporte de maneira quantitativa, mas também qualitativa: não só melhoram marcas, mas também mudam técnicas de treinamento e métodos para aumentar o rendimento.

Só alguns podem ter acesso aos recursos tecnológicos. Mas as TICs podem democratizar isto em um modelo de negócio “freemium”.

As raquetes com sensores conectados por bluetooth, recolhendo dados da batida ou efeitos que hoje têm os tenistas de elite, são diferentes das de madeira da primeira época de McEnroe, uma mínima melhoria é importante para marcar a diferença. Por exemplo os efeitos da bola com cordas de fibra de carbono versus as cordas ruins de antes.

No ciclismo uma bicicleta mais leve ou um capacete mais aerodinâmico. Froome já não compete com seus rivais, mas monitora suas pulsações, velocidade, altitude, energia investida em cada pedalada… procurando a perfeição.

Para treinar, os túneis de vento, os aeródromos, as câmaras de hipóxia… Treinando em condições extremas para recolher dados e planejar mais sessões com objetivos concretos. Para monitorar isto se utilizam entre outros wearables e beacons.

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Conclusões

A gestão smart de instalações esportivas possui dois aspectos: melhorar o rendimento dos atletas e a experiência do usuário, utilizando a tecnologia atual para encontrar novos modelos de negócio.

Para isso, monitoramos o que acontece na instalação através de sensores e monitoramos as redes sociais e apps dos usuários, sabendo a quais atletas seguem ou que conteúdo lhes interessa.

Se trata então de:

1º.- Criar um sistema de aquisição de dados do que acontece na pista: se necessita um parceiro tecnológico. A instalação esportiva coloca os dados e o parceiro, a tecnologia e os desenvolvimentos

Esses dados nos servem para ganhar clientes, e há dois compradores potenciais:

Os que querem aumentar rendimento: equipes, treinamentos, engenharias, desenho de carros/motos/patinetes/bicicletas/bolas/camisetas transpiráveis…

Os que querem uma experiência de lazer esportivo ou de praticantes amadores.

2º.- Criar uma infraestrutura digital com sites, canal de tv, apps, redes sociais segmentadas por distintos tipos de usuários, etc… gerando conteúdos transcendentes para:

Gerar mais dados

Para vender os dados aos patrocinadores

Para melhorar a experiência cliente

Para que os usuários saibam o que acontece, o que querem…

Para que nos indique,

Para acrescentar oferta complementar

Para networking de usuários

Para emissão de ingressos

Será necessário, também neste caso, outro parceiro tecnológico. Mas isto é mais simples de solucionar através da tecnologia, que poderia ser implementado dentro da organização, através de uma reformulação dos departamentos de marketing.

A gestão smart da instalação consistirá em alinhar todos estes parceiros com os patrocinadores, usuários e com as possibilidades que a própria instalação possui.

Diante dos anteriores modelos de gestão, que ofereciam somente a instalação esperando que isto fosse suficiente para ter público e usuários, e que as competições acontecessem, trata-se de uma transformação integral do modelo tradicional, onde a instalação é importante para o público e para os usuários, assim como para a competição, mas do ponto de vista da transformação aos novos paradigmas e tecnologias.

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