A luta contra o ebola conta com um presente inesperado

Por , 11 de February de 2016 a las 07:00
A luta contra o ebola conta com um presente inesperado
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A luta contra o ebola conta com um presente inesperado

Por , 11 de February de 2016 a las 07:00

O fim do ebola está cada dia mais perto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Esta luta, conta agora com um presente inesperado: a imunoterapia.

Cada vez estamos mais próximos de acabar com a terrível epidemia do ebola que sacudiu o planeta. A Organização Mundial da Saúde anunciou em janeiro, que os três países mais afetados pelo surto: Guiné, Libéria e Serra Leoa levavam dois períodos de incubação do vírus (42 dias) sem registrar nenhum novo caso. Um dia depois da feliz notícia, as autoridades comunicaram que se havia registrado um novo caso de ebola em Serra Leoa. A luta contra a epidemia mais mortal da história não terminou ainda.

O vírus ebola matou 11.315 pessoas. De acordo com dados da OMS, 28.637 indivíduos foram infectados nestes meses. Números terríveis, concentrados, além do mais, nas regiões mais pobres da África ocidental, o que agravou a atenção sanitária. A nula atenção informativa inicial e a pouca pesquisa sobre o ebola também prejudicaram muito aos pacientes afetados.

Mas se podemos concluir algo “positivo” desta duríssima crise é que pelo menos a pesquisa avançou. Por um lado, os cientistas se concentram agora, em entender qual o papel dos hospedeiros selvagens como morcegos ou cães, que poderiam transmitir a doença aos seres humanos. Por outro, a PD&I (pesquisa, desenvolvimento e inovação) também estão trabalhando para criar vacinas e fármacos contra o ebola, que nos permitam no futuro prevenir e curar a infecção. Por que, não nos esqueçamos, dependendo da cepa do vírus, a mortalidade chega a alcançar em alguns casos 90%.

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A luta contra o ébola, cujo final parece mais próximo do que nunca, conta com um presente inesperado: a imunoterapia. Este tratamento, já considerado como o futuro na luta contra o câncer ou até mesmo o HIV, mostrou resultados preliminares positivos em duas das cepas mais mortais do vírus ebola. Os cientistas do Albert Einstein College of Medicine e do U.S. Army Medical Research Institute of Infectious Diseases conseguiram desenvolver anticorpos que, inoculados em modelos animais, conseguiam neutralizar a infecção do ebola.

O trabalho, publicado na revista Scientific Reports, mostra algumas conclusões positivas que devem ser consideradas com cautela. Já que a pesquisa foi feita em ratos, as pesquisas a médio e a longo prazo deverão comprovar a eficácia e a segurança da imunoterapia em outras espécies de modelos animais e nos seres humanos. Se forem confirmadas as expectativas, seria um passo significativo na luta contra o ebola. “Contar com um tratamento de imunoterapia efetivo contra o vírus do ebola seria um grande avanço, já que é impossível prever qual cepa causará o seguinte surto epidêmico”, comentou Jonathan Lai.

A imunoterapia se une assim às pesquisas que estão sendo realizadas em fármacos como TKM-Ebola ou ZMapp e vacinas como VSV-EBOV ou EBOV GP. A comunidade científica deverá agora trabalhar para confirmar que este tipo de tratamento poderia ser aplicado em seres humanos, sem que haja problemas de segurança ou toxicidade associados. Se bem ainda vai demorar para declarar como finalizada a luta contra o ebola apesar do contratempo vivido nos últimos dias, a batalha contra este vírus conta agora com um aliado importante.

Imagens | CDC Global (Flickr), NIAID (Flickr)

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