As células da pele podem ajudar a tratar a diabetes?

Por , 5 de February de 2016 a las 19:00
As células da pele podem ajudar a tratar a diabetes?
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As células da pele podem ajudar a tratar a diabetes?

Por , 5 de February de 2016 a las 19:00

Pesquisadores da Califórnia propõem um trabalho na Nature Communications a possibilidade de usar células da pele para tratar a diabetes tipo II.

A diabetes é uma das desordens de saúde pública mais importante e preocupante que existe no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, 347 milhões de pessoas sofrem de uma doença causada pela falta ou mal uso da insulina por nossos corpos. Os problemas com este hormônio, responsável por regular os níveis de açúcar no sangue, poderiam piorar durante a próxima década. E é que, segundo a própria OMS, “mortes por diabetes podem dobrar entre 2005-2030”.

Em particular, a conhecida como diabetes mellitus tipo 2, se caracteriza por distúrbios na secreção ou na ação da insulina. Os fatores de risco, de acordo com os especialistas, são variados: um índice de massa corporal superior a 25, idade avançada, baixo peso ao nascer, dietas pouco saudáveis ou até a origem étnica desempenham um papel importante no desenvolvimento desta doença. De acordo com alguns estudos, a diabetes de tipo 2 causou 2,9 milhões de mortes em 2000, representando 5,2% de todas as mortes no mundo.

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Para fazer frente a esta doença, os especialistas recomendam controlar os níveis de açúcar no sangue com um instrumento chamado glicosímetro. A atividade física regular, uma dieta saudável e, ocasionalmente, a administração de vários medicamentos ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes com diabetes. Aos avanços no diagnóstico desta doença, somam-se agora uma nova pesquisa que conseguiu que as células da pele produzam insulina. O trabalho foi publicado na revista Nature Communications e é um passo interessante no domínio da biomedicina e medicina regenerativa.

Cientistas da Universidade da Califórnia conseguiram “transformar” fibroblastos humanos em células beta, as células pancreáticas que produzem insulina. Conseguiram isso aplicando fatores de reprogramação, em combinação com os compostos químicos específicos e fatores de crescimento. Dessa forma, foram capazes de “reverter” o estádio diferenciado dos fibroblastos -células do tecido conectivo- para dar origem a células semelhantes às responsáveis pela produção de insulina no organismo.

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Após este passo, os pesquisadores transplantaram essas “células beta” para modelos animais, de modo que os ratos pudessem segregar insulina. Antes dos testes, nos que os cientistas induziram diabetes quimicamente, os resultados são muito interessantes: eles foram capazes de “frear” a diabetes tipo 2 com uma terapia celular que faziam com que os próprios animais de laboratório produzissem insulina. Os resultados são promissores porque nos permite ter uma nova estratégia contra a diabetes tipo 2.

No entanto, as células obtidas não são capazes de produzir insulina como as células beta, que normalmente encontramos no pâncreas, o que pode limitar sua aplicação clínica. Como também observado na LiveScience, outro risco: que a reprogramação destas células não tenha sido realizada corretamente. Isto pode levar a uma proliferação desproporcionada, que por sua vez pode causar o aparecimento do câncer. Portanto, mesmo que os resultados sejam positivos, as investigações devem continuar analisando o potencial, a segurança e a não-toxicidade dessa estratégia tanto em modelos animais quanto humanos.

Imagens | Heiti Paves (Wikimedia) Pixabay, Judyta Dulnik (Wikimedia)

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