Hoje vamos ver como a energia solar, além de ser uma alternativa à rede elétrica, por vezes inexistente, é uma maneira para que as mulheres cheguem a empreender localmente e dirigir suas aldeias.

É, como no provérbio, matar dois coelhos com uma cajadada só: dar emprego às mulheres e empoderá-las, dar energia as pessoas sem acesso à rede elétrica, promover a conscientização ambiental e permitir a conexão à Internet aos que não estão conectados. Parece bonito demais para ser verdade? É possível, mas se você tem todos esses efeitos positivos sem necessidade de burocracia governamental, e você tem uma fórmula para que uma pequena mudança afete todo o continente.

A energia solar tem o potencial de atingir 600 milhões de pessoas na África que não têm acesso à eletricidade.

Luz. Esperança. Oportunidades

Isto é o que a Solar Sister acredita que pode trazer para comunidades remotas da África sub-saariana. Embora 85% das pessoas nessas populações rurais têm alguma forma de serviço de telefonia móvel, apenas 5% pode recarregar os telefones regularmente.

Solar Sister é uma entre muitas organizações que consideram que a energia solar é uma oportunidade para dar microcréditos para mulheres e que elas possam usá-los para comprar, por menos de 200 dólares, kits de energia solar completos, como ReadySet Solar Kit, que servem para iluminar suas casas, abrir seus próprios negócios de recargas de celulares ou, como em muitos casos, ambas coisas ao mesmo tempo. As mulheres nestas aldeias são modelos de conduta, não apenas para outras mulheres, mas como empreendedoras tecnológicas.

E não estamos falando de sociedades que vivem no escuro, mas levam décadas usando lâmpadas de e cozinhas de querosene, perigosas e poluentes. A energia solar oferece uma alternativa mais segura e econômica para centenas de milhões de pessoas, e ajuda a prevenir o desmatamento.

E, o que é provavelmente mais importante, especialmente em países afetados pela malária e o ebola, o sol pode ser usado para facilitar a dessalinização e fornecer acesso melhor e mais fácil à água potável, assim como a usina de dessalinização Barefoot College na Índia, que produz 3.600 litros de água potável por dia.

Projetos como estes não só tiram as mulheres da pobreza e as protegem dos riscos ambientais, mas contribuem a que as mulheres, e seus países como um todo, estejam na vanguarda científica das energias renováveis. Há um projeto, Solar Power!, que até dá às mulheres de Yibuti, Guiné-Bissau e Senegal um diploma de engenheiras elétricas especialistas em energia solar em apenas seis meses.

A energia solar viaja em jumento

Mas essas microempresas não estão restritas ao local onde as mulheres vivem. De fato, 200 mulheres massai no Quênia montaram suas empresas (e seus painéis solares) nas costas de jumentos para criar uma empresa de comércio ambulante.

O desenvolvedor de energia renovável Green Energy Africa tem treinado estas mulheres e ofereceu painéis solares a preço baixo, lanternas e pequenas baterias recarregáveis. Agora são instaladoras profissionais de energia solar e podem vender esses kits caseiros de energia solar com um ganho de três dólares por kit.

Para um país com um salário médio de 25 centavos por hora, é um ganho considerável. Além disso, são aldeias que vivem da cria de gado. Ter luz durante a noite serve para afastar as hienas e os leopardos, e também tornar as estradas mais seguras.

O teto de vidro vai derreter com o sol?

E a energia solar não se limita a empoderar mulheres nos países em desenvolvimento. WISE é uma organização sem fins lucrativos dedicada a promover a participação das mulheres em todas as áreas da organização da indústria solar. É uma organização entre muitas que se dedica ao mesmo tempo a proteger o meio ambiente e a promover às mulheres.