O grafeno tem agora um potente rival: o borofeno

Por , 20 de January de 2016 a las 19:00
O grafeno tem agora um potente rival: o borofeno
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O grafeno tem agora um potente rival: o borofeno

Por , 20 de January de 2016 a las 19:00

Um material similar ao grafeno, cuja estrutura hexagonal conta com átomos de boro em lugar de carbono. Assim é o borofeno, um material recentemente sintetizado por cientistas de Estados Unidos.

Armazenamento de energia, catalizadores ou material revolucionário na arquitetura. Estas são algumas das aplicações do grafeno que nos surpreenderam nos últimos anos. Desde que Andre Geim e Konstantin Novoselov consiguiram isolar em 2004 as primeiras mostras de grafeno, a pesquisa conseguiu avanços curiosos e importantes no estudo deste material.

Os cientistas de Manchester, através do uso de uma simples fita adesiva conseguiram “esfoliar” mecanicamente a mina de um lápis. Foi assim como conseguiram grafeno, um alótropo do carbono que se distribui formando hexágonos de carbono com uma estrutura similar à de um favo. Seu trabalho foi reconhecido em 2010 com o Prêmio Nobel de Física. Mas parece que o grafeno ganhou um competidor: o borofeno. O que é exatamente este rival?

Dez anos depois de isolar os primeiros rastros de grafeno, especialistas em ciência de matérias da Universidade Brown dos EUA postularam que poderia existir um material comparável ao grafeno. O borofeno apresentaria uma estrutura hexagonal de átomos de boro –da mesma forme que ocorre com os átomos de carbono do grafeno-, mas que teria um átomo adicional de boro no centro.

borofeno2

A equipe de Lai-Sheng Wang realizou os cálculos teóricos, postulando a hipótese da existência do borofeno. Uma existência que se fez realidade no final de 2015, com a publicação na revista Science do primeiro trabalho que conseguiu sintetizar borofeno. Um grupo de pesquisadores norte-americanos desenvolveu um processo de evaporação e deposição do boro em um substrato de prata, com o objetivo de criar o borofeno.

Através desta estratégia, o grupo de Nathan P. Guisinger conseguiu fabricar lâminas bidimensionais muito finas de borofeno, de forma similar ao que conseguiram Geim e Novoselov há onze anos. De acordo com os primeiros estudos, que deverão ser confirmados no futuro, o borofeno apresenta boas propriedades mecânicas e estruturais.

A construção destas monocapas hexagonais de boro deverá também ser melhorada no futuro. Parece que o grafeno conta com novos competidores no âmbito da ciência de materiais –como o próprio borofeno, o siliceno, o fosforeno ou o germaneno-, se bem estes devem ainda demonstrar as aplicações que possam ter. Entre outras, a síntese do borofeno nos permite sonhar com o desenvolvimento de inovadores nanodispositivos relacionados com a fotônica, a eletrônica ou a spintrônica.

Imagens | Alexander AIUS (Wikimedia), Nature News

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