Há muito tempo que a guerra dos fabricantes de telefones celulares passou do hardware para o software. Desde a época distante da série N da Nokia, quando a diferença marcava os extras do hardware, passamos a outra em que a força do sistema operacional e seu ecossistema é mais importante que o dispositivo em si. O sinal de partida para essa mudança a Apple deu em 2007 com o primeiro iPhone e desde então apareceram muitos candidatos para tomar sua fatia do bolo.

No blog Think Big, depois de falar dos principais sistemas operacionais para computadores desktop, apresentamos um breve resumo de alguns sistemas operacionais móveis.

Oito sistemas operacionais móveis que vale a pena conhecer

iOS

O sistema operacional do iPhone já vai pela versão 9. Os novos dispositivos da empresa de Cupertino, o iPhone 6 e 6 Plus, estão projetados para aproveitá-lo ao máximo, mas do iPhone 5S em diante poderão usá-lo. Os principais recursos que ele traz são: uma maior integração com a OSX e a extensão de seu ecossistema a wearables e Internet of Things com healthkit e homekit respectivamente.

 

O que caracteriza o iOS ante outros é que é um sistema operacional fechado. A Apple não permite que sejam alteradas as características internas do sistema, fora as opções limitadas dadas nas configurações. Um sistema fechado permite, no entanto, oferecer sempre uma experiência mais estável e segura como projetado pelo fabricante em primeiro lugar. Mas, muitos usuários que buscam mais personalização, podem sentir-se limitados pelas opções que a Apple dá.

Além disso, como é também habitual nos produtos da empresa, não se licencia para terceiros, de modo que apenas o iPhone tem este sistema operacional.

Android

O sistema operacional número um no que se refere à popularidade. Com uma quota de mercado em torno de 85% o sistema operacional do Google é caracterizado por ser aberto e disponível para qualquer fabricante interessado em usá-lo para seus dispositivos móveis.

Esta disponibilidade criou ainda uma grande fragmentação, podendo encontrar muitos dispositivos de milhares de formas e funcionalidades com todas as versões existentes do Android. Além da possibilidade de que cada fabricante inclua sua própria capa sobre a original, ajuda a que a experiência do usuário não seja sempre a desejada pelo Google e as atualizações demorem a chegar.

Uma penetração de mercado tão grande levou, por outro lado, que embora iOS fosse, a princípio, o sistema operacional mais popular para os desenvolvedores, cada vez mais, estes dedicam grandes esforços para projetar seus aplicativos para usuários do Android.

Windows Phone

A Microsoft está realizando um grande esforço financeiro para posicionar o Windows Phone como uma terceira opção interessante para os consumidores depois de chegar atrasada para a festa dos smartphones. Sua aliança com a Nokia e sua posterior aquisição a ajudou a tornar-se mais conhecida e ir arranhando quota de mercado dos dois líderes. Os números mais recentes mostram 2,5% em todo o mundo.

Com um projeto radicalmente diferente das duas opções já mencionadas, o Windows Phone destaca por sua tela de início personalizável que fornece notificações dos aplicativos de forma simples e limpa. Também oferece uma experiência de usuário muito boa independentemente do tipo e gama de terminal que você está usando.

Embora com menos aplicativos disponíveis que o Android e iOS, Windows Phone 8.1, agora tem mais de 300.000 apps em sua loja, bem como oferece aplicativos próprios da empresa como o Skype, OneDrive ou Xbox Live.

Firefox OS

Um sistema operacional baseado em HTML5 com núcleo Linux, de código aberto. Desenvolvido pela Mozilla Corporation, com o apoio de empresas como a Telefônica Vivo. O sistema operacional é baseado em Linux e usa a tecnologia da Mozilla, Gecko. Ele está baseado em padrões abertos como por exemplo HML5, CSS3 e JavaScript.

Projetado para ser um sistema operacional realmente aberto, ao contrário do Android, onde o Google controla certos aspectos do sistema. Esse recurso permite que o Firefox OS, eventualmente, cubra o nicho de mercado de gama baixa mais facilmente que o Android. O anúncio, em fevereiro de 2014, de lançar um smartphone por 25 euros vai completamente nessa linha. A Telefônica Vivo já lançou há alguns anos os primeiros smartphones com este sistema operacional na Espanha e América Latina.

Entre as características interessantes deste sistema operacional aberto estão os aplicativos web e podem ser de dois tipos diferentes: aplicativos de servidor ou empacotados. Ao contrário dos SO já mencionados, neste caso os aplicativos de servidor, executam via web, ou seja, são sites com a aparência de aplicativos e, sem conexão com a internet, não é possível acessá-los. Os aplicativos empacotados exigem o download de um pacote comprimido e são carregados a partir da fonte local cada vez que você acessar o aplicativo.

Blackberry

Anteriormente conhecido como RIM não está atravessando os melhores momentos. Como aconteceu com Nokia, a mudança de paradigma em smartphones a pegou com meio desprevenida. Acostumada a oferecer terminais com teclado físico, a mudança para as telas sensíveis ao toque a sufocaram. No entanto, os esforços realizados pela empresa canadense para recuperar o terreno perdido têm sido grandes e em 2012 lançou seu renovado sistema operacional Blackberry 10. Ainda assim, estudos de 2014 sobre quota de mercardo o deixam apenas 0,5% em todo o mundo.

Blackberry 10 tem uma interface mais suave, um teclado inteligente e tátil mais refinado, e outra série de opções que o aproximariam da competência. Tal como acontece com o iOS, o sistema operacional é proprietário e somente os telefones da empresa levam seu sistema instalado. Na CES 2016, John Chen –CEO da BlackBerry- disse que a empresa vai focar em produzir novos aparelhos, mas que usarão Android no lugar do BlackBerry 10. Se bem, parece que isso não significa uma condena ao BB10; e sim uma tentativa de reposicionar e aumentar o peso da marca para, depois, voltar a apostar no BlackBerry10.

Ubuntu Touch

Outro sistema operacional baseado em Linux, mas desta vez sob o famosa assinatura Ubuntu. Apresentado em 2013, é um projeto da Canonical. Hoje várias empresas estão desenvolvendo dispositivos para este sistema operacional, incluindo a espanhola Bq.

Ubuntu Touch usa as mesmas tecnologias da versão desktop, assim que ambas compartilham aplicativos sem problemas de compatibilidade. Ele também tem alguns dos aplicativos mais populares, como Facebook e Youtube.

Tizen

Sistema operacional móvel, também baseado em Linux, patrocinado pela Fundação Linux e LiMo Foundation. Ele foi desenvolvido a partir da plataforma Linux da Samsung. Apesar de ter sido apresentado como um SO de código aberto, Tizen 3 funciona com um sistema de licenças não abertas. O SDK completo foi lançado sob a licença da Samsung de código fechado.

Embora possa parecer que a Tizen faz parte da estratégia da Samsung a longo prazo, o compromisso errático para com este sistema operacional faz com que não se saiba realmente o que vai acontecer com ele. No momento alguns de seus dispositivos já o incorporam, como caso dos smartwatches Samsung Gear S ou os celulares da série Z da Samsung.

WebOS

Este sistema operacional foi o BlackBerry10 da Palm.. No entanto, apesar das boas críticas que acumulou este sistema operacional, não conseguiu salvar a empresa. Depois da aquisição pela HP da empresa Palm, hoje webOS é de propriedade da LG que utiliza o sistema operacional para suas TVs inteligentes.