Os robôs já podem sentir texturas

Por , 7 de January de 2016 a las 07:00
Os robôs já podem sentir texturas
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Os robôs já podem sentir texturas

Por , 7 de January de 2016 a las 07:00

A empresa SynTouch desenvolveu uma tecnologia para que uma mão robótica possa sentir as texturas.

Quando construímos um robô pensamos em um ser humano. É verdade que existem máquinas dedicadas a tarefas específicas, que dependendo do trabalho a ser realizado interessará que tenham uma forma ou outra, sem que esta se pareça em nada com uma pessoa. Com os braços robóticos das linhas de montagem ocorre isso. No entanto, a aspiração de criar uma forma de inteligência artificial humanóide é muito intensa. E para isso é necessário dotá-la de sentidos.

Criar um robô que seja o mais semelhante possível a um ser humano pode ser um desejo das pessoas em geral, mais do que dos cientistas que trabalham em robótica. Mas a verdade é que uma máquina com a morfologia humana faz sentido do ponto de vista da utilidade, dado que na sociedade os trabalhos que existem estão projetados para as pessoas, para sua condição física e sua inteligência.

Além dos problemas mecânicos de movimento (um dos aspectos mais complicados de imitar ao construir um robô), para ser mais parecido com os humanos as máquinas têm que ter nossos cinco sentidos. A visão foi adquirida por câmera e audição através de microfones. Faltam três sentidos: paladar, olfato e tato. Agora é a vez deste último.

A tecnologia háptica é um campo em que cada vez se investiga mais. Está relacionada com o tato e tem duas vertentes. A mais conhecida é a que consegue que um objeto devolva a uma pessoa estímulos diferentes em função de como toque um dispositivo. É o que acontece com as telas feitas com esta tecnologia. O usuário pode deslizar o dedo pela imagem de um violão e tentar dedilhar as cordas da mesma forma que você faria com um violão de verdade. A tela, neste caso, devolve ao usuário uma série de vibrações, geradas por ultra-som, que simulam o tato de cordas reais.

A segunda aplicação desta tecnologia é em próteses robóticas. Aqui o que se trata é de devolver o sentido do tato ao usuário que usa uma prótese de mão. De maneira que ao pegar um copo seu cérebro receba estímulos que indicam que está carregando um copo. Nisto se especializou a empresa SynTouch, que se encaixa dentro do mundo das próteses.

No entanto, a SynTouch também marcou como objetivo incorporar sua tecnologia em robôs. Seu método, tanto para robôs como para próteses robóticas, está cheio de sofisticação. Seu sensor háptico se baseia em uma classificação de mais de 500 materiais desenvolvidos pela própria empresa. Estes variam desde tecidos sintéticos a materiais naturais, como pedra. Cada um destes materiais está associado a umas características que podem ser conhecidas pelo toque, como a suavidade, o calor desprendido ou sua aspereza. Assim, a tecnologia seria capaz de reconhecer diferentes texturas.

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Esta classificação de materiais foi elaborada a fim de poder associar a cada um dos 500 materiais uma resposta tátil. Isto significa que, se o braço robótico toca uma pedra, a identificará como tal, e devolverá ao usuário a resposta correspondente a uma pedra.

A verdadeira inovação da tecnologia de SynTouch é seu enfoque. Na empresa acreditam que quando você toca algo também o está modificando, embora isso não possa ser visto a escala normal. Nossos dedos emitem calor e sempre vamos exercer alguma pressão sobre o objeto. Isso os leva a concluir que uma pessoa não está sentindo um material, mas está sentindo sua reação sob seu toque. O sensor da empresa irradia calor e exerce pressão ao mesmo tempo que detecta o que está entre os dedos robóticos, a fim de alcançar a máxima precisão ao devolver os estímulos.

 

Imagens: SynTouch

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