Você está grávida. Foi o Big Data que falou

Por , 24 de December de 2015 a las 07:18
Você está grávida. Foi o Big Data que falou
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Você está grávida. Foi o Big Data que falou

Por , 24 de December de 2015 a las 07:18

Não se deixe enganar pelo Big. O Big Data não é assunto exclusivo das grandes organizações, mas nos afeta ao ponto de revelar que você está grávida. Descubra como os dados estão mudando nossas vidas.

Imagine que você é pai de uma filha adolescente. Você abre a caixa de correio e encontra um folheto publicitário, destinada a ela, cheio de carinhas de bebê sorridentes que vende roupas de maternidade, mamadeiras, berços e outros petrechos infantis. Qual seria sua reação? Este pai, segundo contam num artigo no New York Times, existiu. Foi o que aconteceu há alguns anos nos EUA, e o que o tal pai fez foi ir furioso ao estabelecimento para reclamar. “Por acaso vocês querem incentivá-la a engravidar?” gritava ao funcionário. O que o furioso pai não sabia naquele momento era que ia ser avô em poucos meses, e que a loja tinha “adivinhado” a partir das compras da jovem.

Senhoras e senhores, aqui estão duas conclusões deste exemplo simples:

-O Big Data está aqui para ficar e vai mudar nossas vidas.

-Compre creme sem perfume, é um indicador de gravidez.

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We are data

Cada minuto são feitas 3,5 milhões de buscas no Google, são criadas 120 novas contas no LinkedIn e são lançados 350.000 tweets. De acordo com a AbiResearch, em 2020 haverá 30 bilhões de aparelhos sem fio conectados em todo o planeta. Só em 2014, geramos um volume de dados superior ao da humanidade desde seu início. A IBM diz que, se todos os bits e bytes de dados de um ano forem salvos em CDs, Se criaria uma torre da Terra até a Lua, e outra de volta. No final de 2015, o volume de informação dobrará o valor do ano anterior. Assustador, certo?

E para que servem todos esses dados? Para absolutamente nada. Nuria Oliver, diretora científica da Telefónica I+D, explica claramente em uma recente entrevista para El País Semanal: “não devemos confundir dados com informação e conhecimento. Se ninguém é capaz de analisar, é lixo digital”. Quando falamos de Big Data, falamos de transformar o acumulo de grandes quantidades de dados em informação e dita informação em conhecimento com valor. Só assim, através da comparação, da correlação e da análise destes dados é possível identificar padrões recorrentes ou tendências sobre as quais sustentar decisões estratégicas, sejam comerciais, políticas, esportivas ou de qualquer índole. “Adivinhar” a gravidez de um cliente através de seu carrinho de compras para assim mostrar uma oferta segmentada vira uma anedota ao lado das grandes oportunidades que o Big Data já nos oferece. Como conta Nuria Oliver, agora “quase podemos medir tudo. Mas um dos maiores desafios é passar do quantifyself, a quantificação de si mesmo, ao understoodself, ou seja, saber realmente para que servem esses dados“.

De olho no Data. 9 coisas incríveis que os dados mostram

Um surto de gripe está vindo? Sempre que você digitar no Google “sintomas da gripe”, “febre” ou “remédios da gripe” está ajudando a melhorar a toma de decisões da saúde pública em tempo real. Essas pesquisas, combinadas com informação sobre surtos de gripe que aconteceram anteriormente, permitem prever novos focos e assim garantir a distribuição eficaz do pessoal e recursos hospitalares. A analise também pode ajudar a encontrar remédios para algumas doenças.

Você está em forma? Se a resposta for sim, você vai pagar menos pelo seu seguro. A companhia de seguros americana John HancockFinancial oferece descontos para os segurados que usam uma pulseira que monitora sua forma física. Quanto mais exercício faz, mais você economiza (até 15%). No outro lado da moeda, mais e mais empresas de seguros utilizam grandes bancos de dados de receitas médicas para analisar seus futuros clientes e aceitá-los ou não com base nelas.

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Qual é o melhor escalação do Real Madrid ou como alcança o Barça a posse de bola? Graças ao acordo assinado com a Microsoft, jogadores do Real Madrid levam durante os treinos sensores que coletam dados de seus movimentos, velocidade, esforço despendido, fadiga acumulada, etc. A análise de tudo isso ajuda o corpo técnico a determinar quais jogadores estão no melhor momento de forma.

Enquanto isso, o F.C. Barcelona tem como aliado a Telefónica I+D em um projeto que combina a análise de dados e teoria de redes para definir novas estratégias no campo de jogo. O objetivo é muito simples: manter a posse de bola quando e recuperá-la quando não. A tecnologia a serviço do treinador. A intuição e conhecimento já não são tudo.

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Como se comportam os turistas estrangeiros na Espanha? Se cruzarmos os dados fornecidos pela Telefonica sobre a atividade dos celulares estrangeiro em Madrid e Barcelona durante uma semana, com os pagamentos eletrônicos com cartões estrangeiros transmitidos pelos terminais da rede BBVA nessas cidades, obtemos conclusões sobre o comportamento dos visitantes, sua origem, as despesas ou a estadia média. Informação que vale ouro para gerentes de hotéis ao projetar uma oferta segmentada.

Quando é o melhor momento para comprar camarão ou uma passage de avião? A Fundação Bankinter em seu informe “Big Data o poder dos dados”, relata o caso de um restaurante de marisco dos Estados Unidos que descobriu que os satélites do Golfo do México transmitiam informações sobre a temperatura do mar. A empresa usou esse parâmetro, que é um indicador da fertilidade dos camarões, para prever os preços e o melhor momento para comprá-los.

A empresa Farecast, a partir da informação publicada pelas empresas aéreas, foi capaz de calcular a probabilidade de que uma passage de avião aumentasse ou baixasse de preço e de estimar o melhor momento para comprar. Este caso marcou um precedente e a empresa foi adquirida pela Microsoft em 2009 para mais de 100 milhões de dólares.

Como funciona uma cidade inteligente? O Big Data não move carros, acertadamente é chamado por alguns de combustível da era digital. Sensores em semáforos, caixotes de lixo ou sob as calçadas podem ajudar a resolver problemas modernos de habitabilidade, segurança e eficiência energética. Por exemplo, o Big Data permitiria saber quando haverá um congestionamento e ajustar os semáforos. Do mesmo modo, os dados são valiosos na previsão de acidentes, de acordo com as condições da estrada. E o que dizer dos nossos telefones? Transmissores autênticos de dados em tempo real que podem medir a poluição, a atividade comercial ou o estado das ruas e ajudar, por exemplo, a economizar no consumo de água potável e água de irrigação, consumo de energia elétrica, ou nas emissões de CO2.

O que e quando você vai comprar? Um caso muito curioso é o das lojas da rede Walmart que, cruzando sua base de dados de vendas com informações meteorológica, estabeleceu que um tipo de cereal vendia mais nos dias de tempestade. Nada melhor para colocá-los na última prateleira, a fim de “convidar” os clientes encharcados a percorrerem todo o estabelecimento.

Outro exemplo, a Inditex, faz uso de Big Data para prever picos e padrões de consumo e ajustar sua cadeia de fornecimento e a Amazon usa para satisfazer os gostos dos usuários e recomendar produtos relacionados.

Como ganhar uma eleição? Depois de seu primeiro mandato, o presidente dos EUA, Barack Obama, decidiu unir suas equipes de campo, de comunicação e digital sob uma estratégia unificada que consistia em, a partir da análise de dados de campo, otimizar sua campanha para evitar o desperdício de recursos e direcionar suas mensagens exclusivamente aos partidários do seu partido.

Quando ordenhar as vacas? Não é brincadeira. Em um rebanho na Grã-Bretanha, os sensores RFID implantados em vacas leiteiras revelam o melhor momento para serem ordenhadas.

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Poderíamos continuar dando exemplos e mais exemplos de como os dados, bem visualizados, transformados e interpretados são convertidos em conhecimento. As forças de segurança podem usar o Big Data para lutar contra a delinquência e até mesmo prever certos crimes ou roubos, e o banco pode detectar fraudes ao encontrar padrões repetidos em sua base de dados.

A próxima vez que você for a um shopping para comprar e pedirem seu CEP talvez você pare um momento para avaliar a extensão da sua resposta. 28012. Cinco figuras, analisadas com milhares de respostas, revelam nossos hábitos de consumo, nosso nível de renda, nossos amigos, gostos e até mesmo em quem voto. É o Big Data.

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