Mais perto dos órgãos artificiais: criam um “mini fígado” no laboratório

Por , 18 de December de 2015 a las 15:00
Mais perto dos órgãos artificiais: criam um “mini fígado” no laboratório
Futuro

Mais perto dos órgãos artificiais: criam um “mini fígado” no laboratório

Por , 18 de December de 2015 a las 15:00

Cientistas descobrem uma técnica para cultivar “mini-fígados” no laboratório, um primeiro passo na criação de órgãos artificiais sob demanda.

Um dos grandes desafios da medicina regenerativa é a criação de órgãos artificiais. Graças à investigação em células mãe, esta possibilidade está cada dia mais perto. Conseguir isso seria fundamental para dispor de órgãos tão importantes como o coração, pulmões, rins ou fígado “à la carte”, de forma que a lista de espera para receber um transplante seria uma coisa do passado.

Apesar do progresso e da aplicação de novas tecnologias, como impressão 3D, o desenvolvimento de órgãos artificiais continua sendo uma utopia. Pelo menos por enquanto. Um grupo de cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém descreveu na revista Nature Biotechnology uma nova técnica para desenvolver culturas de hepatócitos, o que consideram como o primeiro passo para fazer fígados em laboratório.

O trabalho, de acordo com os autores, poderia ser a chave para o estudo de novas drogas ou avançar no campo dos órgãos artificiais. E é que o fígado é o órgão estrela do nosso corpo, funcionando como a peça central do nosso metabolismo. A indústria farmacêutica utiliza em muitos casos culturas de células hepáticas para testar novos medicamentos. Os “mini-fígados” conseguidos também poderiam ser utilizados para analisar a eficácia da terapia gênica para corrigir mutações ou reverter problemas relacionados à cirrose.

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A capacidade do nosso fígado para regenerar é grande. No entanto, quando essas células são retiradas do seu ambiente natural perdem essa capacidade. O grupo do Dr. Yaakov Nahmias, em colaboração com vários pesquisadores alemães decidiu enfrentar este desafio, conseguindo uma espécie de “mini-fígados” no laboratório. Apesar de estarmos longe de criar órgãos artificiais, a técnica foi definida como “revolucionária”. Nahmias disse que “poderia ter encontrado a fonte perfeita de células para projetos relacionados com a produção de fígados bio-artificiais“.

A investigação publicada na Nature Biotechnology empregou técnicas relacionadas à engenharia genética e ao estudo de vírus para obter estes “mini-fígados” no laboratório. Um estudo pode ser considerado dentro do campo da ciência básica, mas a médio e longo prazo pode alcançar várias aplicações em medicina regenerativa e no desenvolvimento de novos medicamentos. Será uma realidade no futuro? Poderemos fazer órgãos artificiais à la carte no futuro? Só o tempo tem a resposta a essa pergunta.

 

Imagens | kaibara87 (Wikimedia), Reytan  (Wikimedia)

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