O que acontece quando nos vacinamos no espaço?

Por , 14 de December de 2015 a las 19:00
O que acontece quando nos vacinamos no espaço?
Saúde

O que acontece quando nos vacinamos no espaço?

Por , 14 de December de 2015 a las 19:00

A NASA vacinará dois astronautas, um na Terra e outro a bordo da ISS, em um experimento para saber mais sobre o sistema imunológico.

Após o reaparecimento da difteria na Espanha, a comunidade científica voltou a nos lembrar da importância e da necessidade de administrarmos as vacinas indicadas nos calendários regionais respectivos. Estas ferramentas preventivas, que nos permite sonhar, por exemplo, com um mundo sem pólio, é agora a estrela de uma nova experiência a bordo da Estação Espacial Internacional.

A NASA, através do seu programa de investigação sobre gêmeos, imunizou os astronautas Scott e Mark Kelly contra o vírus da gripe. O objetivo é avaliar as mudanças que ocorrem no sistema imune quando eles viajam para o espaço. As agências espaciais descobriram que as defesas do nos cosmonautas mudam como resultado de vários fatores, entre os quais podemos citar a microgravidade, o stress, a radiação, ou as alterações nutricionais.

O que acontece no sistema imunológico dos astronautas?

Mas por quê ocorrem essas alterações? As células do sistema imunológico normalmente viajam na corrente sanguínea em busca de agentes externos, como vírus ou bactérias, que possam provocar uma infecção. Quando vivem no espaço, os astronautas estão mais propensos a terem este tipo de ataques infecciosos, além de alergias ou reações de hipersensibilidade, uma vez que suas defesas parecem enfraquecer-se (ou às vezes fortalecer-se sem motivo) de modo que ainda não conhecemos.

A ciência também sabe que alguns vírus, como o da catapora, parecem reativar-se ao serem submetidos a condições de microgravidade. Isso não significa, diz a NASA, que “os astronautas fiquem doentes, mas passam a viver com umas condições imunológicas ideais para o desenvolvimento de patologias”. É por isso que a agência espacial dos Estados Unidos tem como objetivo investigar as alterações do sistema imunológico.

A administração das vacinas da gripe para Mark e Scott Kelly será igual salvo num aspecto fundamental: enquanto o primeiro vai ficar na terra, o segundo passará um ano a bordo da Estação Espacial Internacional. A pesquisa irá caracterizar o “imunoma” dos dois cosmonautas , para detectar alterações que possam ser devidas à aplicação das vacinas em diferentes condições.

Desta forma, os cientistas da Universidade de Stanford caracterizarão as alterações bioquímicas, moleculares, genéticas e fisiológicas que apareçam após a administração das vacinas. Assim poderão saber o que muda exatamente no sistema imune dos astronautas, a fim de garantir sua saúde no espaço e evitar que possam vir a infectar-se por microrganismos patogênicos.

Os resultados também podem ajudar-nos a desenvolver novos tratamentos e medidas preventivas para reduzir, na medida do possível, a disfunção do sistema imunitário e problemas de saúde semelhantes observados na Terra. Um exemplo desta aplicação seria a melhoria dos tratamentos para pessoas com sistemas imunológicos suprimidos ou em pacientes que são afetados por doenças autoimunes. A administração das vacinas no espaço servirá, portanto, para responder a diversas questões fundamentais para a medicina.

 

Imagens | NASA | (Wikimedia)

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