Em 837 palavras espero que queira se converter em um hacker

Por , 4 de December de 2015 a las 19:10
Em 837 palavras espero que queira se converter em um hacker
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Em 837 palavras espero que queira se converter em um hacker

Por , 4 de December de 2015 a las 19:10

É o ano de 1961, Leonardo Kleinrock, do MIT, publica o primeiro trabalho sobre a teoria da comutação de pacotes (packet-switching). Dez anos mais tarde RayTomlinson dá vida a um sistema de mensagens que hoje conhecemos como e-mail. Trinta anos depois de que uma rede de comunicação por comutação de pacotes começasse a ser pensada, LinusTorvalds, um estudante finlandês, torna público seu projeto para criar um sistema operacional livre. Dois meses depois a versão 0.01 é publicada. Hoje, milhões de sistemas em todo o mundo usam este sistema operacional ou um baseado nele. Neste exato momento, mais de quarenta anos após o documento de Kleinrock, uma quantidade quase incalculável de pacotes estão sendo comutados simultaneamente por todo o mundo.

O que eles têm em comum? O que compartilham com Tim Berners Lee, Richard Stallman ou, porque não, com Ferran Adrià ou Eduardo Punset? Eles são hackers, e não por colaborar com organizações criminosas, atacar multinacionais, publicar dados sensíveis dos governos ou desenvolver vírus. Eles são hackers, porque todos foram capazes de ir um pouco mais além, foram capazes de enxergar portas onde outros só viam paredes.

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Nos últimos tempos, a figura do hacker cresceu seu lado mais escuro até chegar ao extremo de associar-se, quase exclusivamente, a palavra hacker à delinquência, destruição. E nada mais longe da realidade, um hacker o contrário de destruir cria.

Na Internet podemos encontrar muitas definições que tentam, melhor ou pior, definir o que é um hacker. Vamos recuperar definições que o projeto Hackstory.net publicou:

  1. Quem desfruta explorando sistemas e forçando suas capacidades. Também é considerado como tal um especialista em um programa específico ou escreve código com entusiasmo, às vezes obsessivo. Além disso, pode ser considerada hacker uma pessoa apaixonada por temas não relacionados com a informática, como um hacker da astronomia e, em geral, quem aprecia o desafio intelectual de criar e superar as limitações [Jargon File]
  2. Quem gosta de ter uma compreensão profunda do funcionamento interno de um sistema, especialmente em computadores e redes informáticas. Este termo é muitas vezes mal utilizado em um contexto pejorativo, onde cracker seria o termo correto. [RequestforComments 1392 (01/93)]
  3. Os hackers são o corpo de elite dos designers e programadores de computador. Eles gostam de aparecer como guerreiros e magos da tecnologia. Hackers têm sua própria cultura, sua própria linguagem. Em seu tempo livre, podem mudar sua ingenuidade pelo combate contra inimigos nas Redes, ou por passeios à meia-noite por sistemas em que você não poderia entrar a menos que fosse tão inteligente quanto eles. Os hackers do lado escuro, chamados crackers, entram em sistemas para roubar e destruir, mas a maioria dos hackers o faz por puro virtuosismo. É uma vida de alto estresse, mas pode ser muito divertida. Imagine ser pago, e bem pago, para brincar para sempre com os brinquedos que você ama. Imagine. [Mondo 2000: A User’s Guide to the New Edge]

Cada uma destas definições se aproxima de conceitos como entusiasmo, virtuosismo ou superação. E, claro, parece que os hackers o são, porque eles querem ser, porque o que eles fazem faz parte de sua paixão.

O que aconteceria se as definições acima eliminassem referências à informática, às comunicações ou à programação? Parece então que, pessoas como Ferrán Adrià e Eduardo Punset sim encaixam, como dissemos no começo. Já não é tão absurdo afirmar que são hackers. Mesmo algumas das pessoas que conhecemos começam a se encaixar no conceito de hacker.

Hackers vão dominar a Internet do futuro

Não é desarrazoado pensar que o mesmo pensamento que levou ao que se tornou a ferramenta de comunicação mais poderosa de todos os tempos, a Internet, acabe por dominá-la.

E não nos referimos dominar como ser capaz de controlar, de acessar todas as informações, etc… Estamos falando sobre ser capaz de moldar o futuro da Rede, de criar para romper com o status quo e avançar esse passinho que nos permite ir um pouco mais além.

É hora de adotar essa forma de pensar para não ficar para trás. É hora de decidir se queremos sentar e esperar que tudo isso passe, ou ser parte ativa da Internet do futuro.

Certamente, se você estivesse em frente ao famoso Doutor Emmett Lathrop “Doc” Brown e preguntasse o que vai acontecer no futuro, ele responderia: “O futuro é agora.”

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Mas cuidado, que ninguém se engane: chegar a ser um hacker é muito complicado e requer um esforço contínuo ao longo do tempo. A questão não é chegar a ser, a questão é tentar consegui-lo com a convicção do sucesso.

Hacking

Para encerrar gostaria de deixar uma cena de um filme bem conhecido que explica, quase que sem querer, o que é Hacking. E, além do mais, me serve para pedir que tenham em cada dia a importância de pensar de forma diferente, como se as coisas impossíveis não fossem nada mais que uma questão de tempo, e que procurem sempre desenhar as portas nas paredes que impeçam sua passagem. Este é o momento de incluir o Hacking em sua “forma de trabalhar”.

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