SpaceX leva a leitura do DNA ao espaço

Por , 19 de July de 2016 a las 15:00
SpaceX leva a leitura do DNA ao espaço
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SpaceX leva a leitura do DNA ao espaço

Por , 19 de July de 2016 a las 15:00

SpaceX, a empresa de Elon Musk, e a NASA conseguem o primeiro passo de uma proeza até agora impensável: levar o sequenciamento do DNA ao espaço

A empresa privada SpaceX voltou a fazer história. Há algumas horas, a empresa criada por Elon Musk lançou com sucesso uma cápsula Drago não tripulada para portar 2,2 toneladas de matérias em direção à Estação Espacial Internacional. Com este envio, SpaceX voltou a demonstrar a utilidade dos foguetes reutilizáveis para economizar neste tipo de missões, um sucesso no que também trabalham Blue Origin ou Índia.

O lançamento da cápsula Dragon pela SpaceX se produziu às 00:45 (hora local) desde o Cabo Canaveral (Flórida), como retransmitiu ao vivo a NASA. Minutos depois da decolagem, a primeira parte do foguete empregado no envio, um Falcon 9, conseguiu regressar e aterrissar de forma exitosa. Antes de realizar a manobra em tempo real, a empresa de Elon Musk tinha testado a operação em quatro ocasiões anteriores, uma numa fazenda da Flórida e três em uma plataforma situada no oceano Atlântico.

Além do sucesso que significa enviar uma cápsula não tripulada deste tipo e reutilizar o foguete de lançamento, SpaceX também está parabéns por outro motivo. O lançamento realizado desde a Flórida permitiu o envio ao espaço do primeiro sequenciador de DNA. Há algo mais de uma década, quando se completou o Projeto Genoma Humano, parecia impossível que a leitura do genoma pudesse chegar à Estação Espacial Internacional. E, no entanto, se conseguiu. A iniciativa, impulsada pela NASA em setembro de 2015, consiste em transportar um pequeno aparelho, do tamanho de um pendrive, denominado MiniON e desenvolvido pela empresa Oxford Nanopore Technologies.

O objetivo é que os astronautas da ISS possam provar que é possível analisar o DNA em condições de microgravidade. Se conseguirem, o estudo passará de ser simplesmente anedótico a servir como uma ferramenta essencial para analisar o genoma no espaço e, em caso de que fosse possível, ler o DNA de possíveis organismos que poderiam se encontrar fora da Terra. Em outras palavras, a ideia é contar com uma tecnologia de ponta e um laboratório especializado para, chegado o caso, comprovar os rastros de vida em forma de genes que pudessem existe, por exemplo, sobre Marte.

Os cientistas pretendem além do mais estudar em nível genômico as possíveis mudanças na saúde dos cosmonautas que estejam na Estação Espacial Internacional. Há anos a pesquisa trata de determinar os efeitos da microgravidade sobre o organismo, com o objetivo de se adiantar ao impacto que poderiam ter no futuro as viagens espaciais ou o estabelecimento de hipotéticas colônias fora do planeta Terra. O primeiro passo dado pela SpaceX e a NASA, com o envio de um sequenciador de DNA à ISS, permite nos aproximar um pouco mais a este cenário futuro.

Imagens | NASA (Wikimedia), NASA II

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