As invenções que Júlio Verne previu

Por , 7 de July de 2016 a las 07:00
As invenções que Júlio Verne previu
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As invenções que Júlio Verne previu

Por , 7 de July de 2016 a las 07:00

Júlio Verne ganhou um lugar na história da literatura como um dos escritores de romances de aventuras mais importantes dos últimos tempos. Mas o que ele relata em seus livros é mais do que simples entretenimento.

Entre suas páginas, se escondem dados científicos, descrições de invenções e, acima de tudo, um grande amor pelas inovações tecnológicas e pelo progresso da humanidade. De sua posição de homem do século XIX, Verne surpreendeu o mundo com histórias de aparelhos e veículos que, anos mais tarde, acabaram tomando forma fora da ficção, do mesmo modo em que anos mais tarde faria Isaac Asimov. Sua influência foi tal que chegou a servir de inspiração para um movimento cultural e estético.

Steampunk: a estética de Verne no século XXI

Um rápido olhar para as novidades que apareciam nos livros do autor revela uma das principais características de suas invenções: todas têm como base tecnológica a realidade da época em que o autor viveu. Apesar de Verne ser capaz de imaginar dispositivos avançados ao seu tempo, sempre usou de elementos já conhecidos para construí-los. Os materiais e combustíveis de seus submarinos e helicópteros eram herdeiros da revolução industrial.

No final dos anos 80 do século XX, uma nova tendência literária, cultural e estética tomou forma. Seus seguidores imaginam um futuro cheio de inovações… Mas com um toque diferente: não se baseavam no avanço do momento, mas tendo como ponto de partida a tecnologia do século XIX, a mesma que aparece nos romances de Júlio Verne.

O steampunk, que é como esse moviemento é chamado, reúne amantes da literatura e ficção científica que têm um interesse comum em explorar uma história que não existe. O que teria acontecido se, em vez de petróleo, seguíssemos empregando carvão? E se os computadores, telefones e outros dispositivos fossem mecânicos em vez de eletrônicos? Será que os smartphones teriam uma chaminé?

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No que se refere aos fãs, isto é, em grande parte, um movimento estético. Não importa tanto que um tablet funcione realmente com rodas dentadas e que tenha tubo de escape, mas o aspecto que teria ao ser construído assim.

Estes são seus herdeiros, mas quais inovações refletiu em seus textos o autor?

O submarino

Uma das obras mais famosas do escritor francês é a de 20.000 Léguas de viagem submarina. Neste romance, um grupo de passageiros são lançadas ao mar do barco em que viajam e acabam sendo resgatados, para sua surpresa, por um submarino tripulado pelo famoso Capitão Nemo.

Nemo é o personagem mais representativo da história, um homem escuro e misterioso, como seu navio, com uma inteligência soberba que lhe permite construir o Nautilus, um submarino de características nunca antes vistas pelos protagonistas do romance… nem pelos leitores da época.

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O conceito de submarino já estava presente nas mentes de muitos cientistas e inventores e, antes da publicação do livro de Verne, já tinham começado a experimentar com protótipos de cabines submersíveis tripuladas. No entanto, as características do Nautilus superaram todas as expectativas. O submarino de Júlio Verne tinha vantagens e comodidades inimagináveis nos navios precários da época. O escritor francês deu o tom e estimulou os inventores da época.

O helicóptero

Voar foi uma das metas que o homem tentou alcançar ao longo de sua história, a que só alcançou nos últimos tempos. Estudos para criar máquinas voadoras podem nos fazer retroceder aos esboços de Leonardo da Vinci, mas foi no final do século XIX quando o helicóptero, tal e como o conhecemos, começou a tomar forma.

Ao mesmo tempo, Júlio Verne publicou Robur, o Conquistador, um romance com um protagonista capaz de construir uma nave a base de papel prensado (para que tivesse uma grande resistência e, ao mesmo tempo, fosse leve), que se alçava com hélices, como fazem os helicópteros modernos. Algumas hélices adicionais, na proa e na popa, serviram para propulsar a invenção para o céu. Verne tomou os protótipos de helicópteros existentes e imaginou para onde o desenvolvimento deveria ir.

Além disso, deixou de lado o carvão como combustível para impulsar a engenhoca e propunha algumas pilhas elétricas como bateria. Estas baterias têm uma composição química desconhecida, mas tornam Verne em, também, um precursor dos combustíveis alternativos.

A chegada à Lua

A premissa é extravagante. Em seu romance Da Terra à Lua, propõe uma viagem ao satélite do nosso planeta a bordo de uma bala disparada por um canhão gigante. Na época, a ideia foi refutada por muitos cientistas, mas, no fim das contas, estamos diante de um romance de aventura e ficção científica. No entanto, Verne tornou-se uma referência, e sua contribuição penetrou na cultura popular. Em 1902, o cineasta Georges Méliès se inspirou na aventura para filmar um dos primeiros filmes da história.

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Um pouco mais tarde, publicou Ao redor da Lua, que vai além da viagem e relata as aventuras dos protagonistas no satélite. Embora seus métodos estivessem longe de ser cientificamente precisos, a imaginação de Verne adiantou em mais de cem anos um dos feitos mais importantes da história: a chegada do primeiro ser humano à Lua.

Julio Verne estava longe de ser um cientista, mas sua paixão pela tecnologia e o progresso serviram para introduzir muitas das invenções que estavam por chegar e que, com o tempo, acabaram se tornando elementos comuns do nosso dia a dia.

Imagens | WikipediaColongavaloisMadrinaleaCynicProject rho

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