Microsoft move ficha no mundo do networking comprando LinkedIn

Por , 22 de June de 2016 a las 19:00
Microsoft move ficha no mundo do networking comprando LinkedIn
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Microsoft move ficha no mundo do networking comprando LinkedIn

Por , 22 de June de 2016 a las 19:00

Com uma das operações financeiras mais importantes da história no campo hi-tech, a Microsoft compra a rede profissional LinkedIn, entrando com força no mundo da rede social. O gigante tecnológico coloca sobre a mesa 23,273 bilhões de euros, oferecendo 196 dólares por ação, o que representa um prêmio de 50% maior em relação ao encerramento de sexta-feira passada.

Quando estava no meu primeiro ano de faculdade um professor propôs como um exercício prático criarmo-nos um perfil no LinkedIn. Não entender por que este professor jovem e entusiasta nos pediu uma prática tão absurda como abrir um perfil em uma rede social. Naquele momento, inocentes, só conhecíamos as redes de moda naquela época, ou seja, Twitter, Facebook e Instagram. Esse professor visionário só adiantava o que estava por vir: a maior rede social profissional do mundo.

A revolução da Internet não fez mais do que começar. Os entrevistadores já não analisam grandes montanhas de currículos físicos para encontrar futuros empregados. Eles procuram diretamente perfis de interesse no LinkedIn. Tendo em conta 37,7 milhões de pessoas movem 22 milhões de contas em redes sociais, não é de estranhar que 7 em cada 10 empresas afirmem procurar seus candidatos na Internet, certo?

Neste contexto, a compra do LinkedIn por 23,273 bilhões de euros, ou seja 196 dólares por ação, situa-se na maior transação feita até hoje pela empresa fundada por Bill Gates e Paul Allen em Albuquerque. Não é de admirar que os bons dados apresentados nesta rede de contatos têm atraído investidores como Microsoft para suas futuras estratégias de negócios.

A nuvem compra a rede

A Microsoft, sob a liderança de seu Conselheiro Delegado, SatyaDanella, está mudando de pele. Não sou eu quem diz, são os dados. Nos anos de Steve Ballmer, seu negócio estava baseado na venda de pacotes de software. Atualmente, no mundo da tecnologia da nuvem, seu objetivo é vender o software como serviço.

Por que um gigante tecnológico necessita dos dados de uma rede de contatos? A razão pela qual Microsoft decidiu gastar uma fortuna na compra da LinkedIn é muito fácil de entender: uma empresa líder em software de produtividade adquiriu outra líder em rede de contatos profissional. Em outras palavras, a nuvem comprou a rede. A panaceia de todas as empresas foi sempre alcançar uma integração entre um perfil pessoal e um profissional. Neste cenário, o Facebook tem falhado, pelo menos até agora, em atrair empresas e candidatos na mesma rede social, coisa que LinkedIn consegue fazer.

Ambas as empresas querem criar uma nova plataforma onde os usuários do LinkedIn possam trabalhar em sua própria identidade profissional com ferramentas de tecnologia de nuvem, fornecidas pela Microsoft. Esta rede permitirá conectar, compartilhar e interagir com profissionais de uma maneira mais fácil e intuitiva.

Reinventando a produtividade

Como as pessoas vão encontrar trabalho, desenvolver suas habilidades e, finalmente, alcançar o sucesso que almejam num mundo profissional conectado? Perguntava-se Nadella na carta aos funcionários da Microsoft sobre a compra da LinkedIn.

A transação representa a ambição da Microsoft de reinventar a produtividade dos processos de negócios. Ambas as empresas têm diferentes peças do mesmo quebra-cabeça. Enquanto a Microsoft tem uma gráfica de informação derivada do uso dos seus produtos, a LinkedIn tem um gráfico econômico derivado das informações de experiências e capacidades das pessoas. A combinação de ambas é um avanço no sentido de um modelo de negócio inteligente.

A nova plataforma irá criar novas oportunidades de venda e marketing. Por um lado, a LinkedIn proporcionará insights em um nível superior e, por outro, as próprias empresas podem conhecer os dados anexados a LinkedIn com um sistema de nuvem e, assim, avaliar a qualidade dos seus candidatos, seus relacionamentos, o progresso do trabalho e até, mesmo, possíveis colaborações.

As ações de LinkedIn sobem como espuma

A verdade é que uma oferta de mais de 23 bilhões de euros não aparece todo dia. Na abertura da Bolsa de Nova York, os investidores aplaudiram a transação com um aumento do prêmio para cada ação de mais de 50%. Por seu lado, Microsoft abriu no vermelho, com uma queda de 3%, chegando a US$ 50 por cada ação.

Primeiros passos de um negócio inteligente, com um pedido de usuários e engajamento que aumenta dia a dia. Especificamente, LinkedIn tem agora mais de 433 milhões de usuários, com um crescimento anual de 19%. Com esta compra, as ações da LinkedIn subiram como espuma, mesmo dobrando o prêmio apresentado antes da operação.

O que está claro é que o valor pago pela Microsoft é impressionante, considerando que a multinacional do Windows gastou 7,2 bilhões de dólares na compra da Nokia, e 2,5 bilhões em Mojang. De qualquer forma, a aliança entre os dois gigantes vem de longe, uma vez que já tinham trabalhado no passado para reforçar a segurança dos usuários da rede.

O que acontece com o Twitter?

Neste cenário de transações correm rumores também de uma possível venda do Twitter. A queda de suas ações na bolsa converteu a rede no objetivo estratégico de investidores com talão de cheques fresco. Parece que o passarinho anuncia compras, será certo?

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