A Internet que Isaac Asimov sonhou

Por , 21 de June de 2016 a las 19:00
A Internet que Isaac Asimov sonhou
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A Internet que Isaac Asimov sonhou

Por , 21 de June de 2016 a las 19:00

Há 28 anos, quanto do que havia previsto Asimov para a Internet se tornou realidade?

Isaac Asimov é um dos mais importantes escritores de ficção científica na história da literatura. É famoso pela publicação de sua saga Fundação, foi membro da Associação Internacional de superdotados Mensa e um divulgador científico de renome.

Em 1988, deu uma entrevista na televisão em que imaginava como a Internet afetaria nossas vidas, especialmente no campo da educação. Bill Moyers faz ao escritor uma série de perguntas que Asimov responde diretamente dando uma visão da Rede muitos anos antes que seu uso pudesse se estender aos níveis atuais. Ele acertou em suas previsões? Vamos ver.

Aprender desde casa

Asimov sabia que os computadores pessoais se tornariam uma realidade nas casas de milhões de pessoas e adiantava que, graças a isto e à possibilidade de ter “bibliotecas” enormes a nossa disposição, a maneira de aprender mudaria. Ainda era impossível imaginar a Wikipedia, mas já se aproximava do conceito de banco de dados na Internet.

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De acordo com ele, ao ter Internet, qualquer pessoa poderia fazer perguntas e obter respostas bem como materiais de referência, sobre qualquer assunto, mesmo no início de nosso aprendizado. Assim, se complementaria a atividade das escolas; possuindo uma tecnologia que nos permite consultar dados e livros, cada um pode aprender a seu próprio ritmo e, entretanto, escolas e institutos continuariam ensinando conhecimentos comuns a todos.

Mas a aprendizagem é também para os adultos. Asimov diz que o conceito do estudo está errado e que tanto em 1988 como hoje é uma etapa a superar, que deveria evoluir. De acordo com o que ele pensava, os computadores ajudariam a mudar esta dinâmica e fariam que, inclusive tendo superado a idade escolar, recuperássemos o interesse nos estudos.

Será que ele teria imaginado o surgimento da gamificação ou dos aplicações para melhorar nossa produtividade? Era muito cedo, mas o resto das previsões se tornaram realidade e podemos vê-las todos os dias em nossos telefones celulares.

Aprender matemática… através do esporte

O que acontece se não estivermos interessados em aprender ciência ou línguas? E se do que gostamos, na verdade, são dos esportes? Futebol, beisebol, tênis… Acabaríamos deixando de lado a aprendizagem? Asimov tinha uma visão clara: se você gosta de esportes, lerá sobre as estatísticas dos jogos, as chances de que seu time enfrente outro na final de um campeonato e uma grande quantidade de dados sobre matemática.

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Talvez seja declaração mais arriscada do autor, porque quem consulta a imprensa esportiva às vezes só está interessado nisso. Mas também vira o jogo: alguém interessado em física e matemática pode acabar perguntando-se sobre esporte. Coloca como exemplo o caso de uma pessoa interessada em ciência, que pode acabar interessada em saber como age a física para bater uma bola.

A brecha digital e econômica

O entrevistador levanta então a questão da impossibilidade de que todos tenham acesso a um computador conectado à Internet. Asimov lhe dá a razão, mas se mostra otimista: é difícil que todo o planeta tenha acesso a um computador desde o princípio, mas foi o que aconteceu com todas as tecnologias em todas as épocas. Ele estava certo de novo: ainda estamos em um mundo em que, sendo comum encontrar dispositivos eletrônicos em qualquer lugar do planeta, falta ainda viver uma penetração global do mundo digital em todo o mundo.

Isaac Asimov era uma mente avançada para tempo, isso está claro. Ele estava 20 anos à frente da realidade, e quem sabe se outros estão a caminho. Se estiver interessado, pode vê-lo defender suas teorias sobre Internet antes que ela existisse como a conhecemos neste vídeo:

Imagem | Sony Pictures

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