A estas alturas, o supercomputador da IBM já ganhou popularidade (e reconhecimento) suficiente como para não precisar de apresentações. Watson leva surpreendendo-nos desde que, em 2010, começou a ganhar dos campeões do jogo de perguntas e respostas Jeopardy! Agora se dedica a combater o cibrecrime. Os cientistas da IBM estão preparando o supercomputador para detectar ameaças e reagir frente a elas.

Watson deverá conhecer cada vulnerabilidade do software que se descubra e terá que estar ao corrente de todos os artigos e documentos sobre segurança informática que se publiquem. É muita informação, mais do que qualquer equipe formada por pessoas ou responsável de segurança possa estar ao corrente de tudo. No entanto, a capacidade de processamento do supercomputador sim o permite.

Mas antes deve ser treinado. Watson tem que aprender o que significa cada coisa no mundo da segurança informática e que importância tem. Os encarregados de preparar a máquina de momento estão introduzindo estes dados chaves no sistema. Quando a essência esteja clara, o supercomputador poderá começar a processar 15.000 documentos ao mês para se manter atualizado.

O objetivo é que finalmente sejam muitos mais os documentos que digira mensalmente. Dito de outra forma, os cientistas da IBM esperam que possa assimilar tudo o que se publique sobre segurança informática. É um processo similar ao realizado para introduzir o sistema no setor médico. Mas a luta contra o cibercrime tem uma particularidade. Watson deve fazer um trabalho forense. Não tem que responder a uma pergunta, como faz normalmente, e sim pensar uma pergunta quando detecte algo estranho. O objetivo é duplo: fazer uma pergunta sobre o aspecto preciso e chegar a uma conclusão sobre se é urgente e solucionável.

Os múltiplos usos de Watson

A luta contra o cibercrime é uma das muitas aplicações que com o passar do tempo se estão encontrando para Watson. As capacidades do supercomputador da IBM fizeram com que se oriente em um princípio ao setor médico. Aconselhar aos doutores sobre os tratamentos a seguir uma vez estabelecido o diagnóstico é uma das tarefas que deram para a máquina, inclusive em doenças tão delicadas como o câncer.

Resulta que Watson tem qualidades para procurar em sua enorme base de dados, que contém informação tanto estruturada como desestruturada, e propor as melhores alternativas para um determinado paciente. Uma das técnicas que estão sendo utilizadas na luta contra o câncer é a associação do tratamento a ser seguido com o rastro genético do tumor. Nisto, o sistema de IBM é consideravelmente mais rápido que os médicos ao identificar qual é a melhor forma de atacar a mutação.

Mas Watson também pode ajudar em outras áreas, como a atenção ao cliente. Sua capacidade para processar a linguagem natural poderia resultar muito valiosa em call centers, onde normalmente o papel das máquinas se reduz aos primeiros dois minutos de interação com o usuário, para direcioná-lo ao operador humano mais adequado. No entanto, o supercomputador seria capaz de elaborar respostas certeiras às perguntas dos clientes.

Outros dos campos onde se contempla que o supercomputador de IBM possa ter aplicações é no análise massivo de mensagens, como não podia ser de outra maneira. Um dos testes que se estão realizando consiste em processar milhões de tweets para depois traçar os perfis psicológicos dos usuários de Twitter. São apenas alguns dos exemplos da caminho que vai tomando o supercomputador mais humano do momento.

Imagens: Bankenverband – Bundesverband deutscher Banken e Sebastian Anthony