Adolescentes criam minicérebros em laboratório para estudar o zika vírus

Por , 1 de May de 2016 a las 18:00
Adolescentes criam minicérebros em laboratório para estudar o zika vírus
Saúde

Adolescentes criam minicérebros em laboratório para estudar o zika vírus

Por , 1 de May de 2016 a las 18:00

Estudantes dos Estados Unidos criaram órgãos in vitro para compreender os efeitos que tem o Zika vírus no cérebro de recém-nascidos, como as microcefalias

A impressão 3D é uma das tecnologias mais prometedoras dos últimos anos. Sua aplicação aponta a uma nova revolução da saúde, a ciência e engenharia de novos materiais ou a arquitetura. O emprego desta técnica também pode servir para estudar uma das ameaças mais recentes, a infeção por zika vírus.
Estudantes do ensino médio nos Estados Unidos decidiram usar a impressão 3D para criar minicérebros em laboratório. Sua ideia permitiu mimetizar bastante bem um órgão tão complexo como o cérebro, que se vê profundamente afetado pelo zika, como se observa nos casos de microcefalia detectados em recém-nascidos aqui e na Colômbia. Os pesquisadores da universidade Johns Hopkins afirmam que estes cerebroides também se conseguiram através de um método ótimo, em termos de custo-efetividade.
Para que podem servir órgãos criados em um laboratório através da impressão 3D? A iniciativa dos alunos foi aproveitada depois pelos cientistas que supervisaram o trabalho, com o objetivo de determinar os efeitos que, precisamente, te o zika vírus no cérebro dos bebês.

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Num estudo publicado na revista Cell, os pesquisadores mostraram o impacto que tem o vírus neste órgão, uns resultados coerentes com o que já vinha sendo apreciado em cultivos celulares. De acordo com seu trabalho, o zika vírus ataca diretamente as células progenitoras neurais, conhecidas por ser os “tijolos” que ajudam a construir o cérebro. Deste modo, consegue que ditas células se transformem em fábricas para fabricar mais vírus.
Este tipo de órgãos in vitro serviram tradicionalmente para pesquisas realizadas no âmbito da biologia do desenvolvimento. Nesta ocasião, no entanto, seu uso teve uma aplicação muito mais direta. Os cientistas puderam determinar os efeitos do zika vírus no cérebro em determinados estágios da gravidez. Por exemplo, se a infecção ocorria no início do desenvolvimento, o vírus atacava principalmente as células progenitoras mencionadas, freando seu crescimento e fazendo que os minicérebros se desintegrassem. Se a infecção acontecia mais tarde, o zika vírus também afetava alguns neurônios, reduzindo a grossura do córtex cerebral e freando, em menor medida, o desenvolvimento e crescimento destes minicérebros.
Os resultados, por tanto, permitem modelizar o ataque do zika vírus em mulheres grávidas, sendo coerentes com os resultados observados pela prática clínica com os recém-nascidos. Os cientistas esperam contar agora com a autorização da FDA americana para usar estes mini órgãos no estudo de fármacos contra o zika vírus e também modelizar outras doenças que também ataquem ao sistema nervoso central.
Imagens | Xuyu Qian/Johns Hopkins Medicine (Cell), James Gathany (Wikimedia)

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