A realidade virtual como arma contra a depressão

Por , 19 de March de 2016 a las 18:00
A realidade virtual como arma contra a depressão
Saúde

A realidade virtual como arma contra a depressão

Por , 19 de March de 2016 a las 18:00

Uma equipe de pesquisadores obteve resultados positivos ao experimentar com a realidade virtual e pacientes com depressão.

Você chega a uma sala e coloca um headset de realidade virtual. A partir daí, seu mundo se transforma em imagens projetadas ao longo de todo seu campo de visão. De repente aparece um espelho e nele está refletida sua imagem, de adulto. Você se sente identificado com essa pessoa, e se você não o fizer, o médico pedirá que você o faça. Logo verá uma criança que está chorando próxima de seu avatar e o médico pedirá que você a console com frases alentadoras, compassivas. Assim começa a técnica que utilizou uma nova pesquisa para aliviar a depressão.

Uma equipe de cientistas da University College London, colaborando com a ICREA (Instituição Catalã para a Investigação e Estudos Avançados), criou este método com a finalidade de usar a realidade virtual para aliviar a depressão. Em testes realizados com 15 pacientes em tratamento para depressão, nove deles responderam positivamente a terapia com a nova tecnologia.

Continuando a aventura virtual onde a deixamos, quando o paciente está consolando com frases compassivas à criança que chora se produz um mudança. O programa faz com que o usuário se transforme nessa criança que não para de chorar. Os pacientes, se identificam com a criança e ao mesmo tempo, escutam as frases de conforto que eles mesmos teriam dito antes.

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A capacidade de identificação que possibilita a realidade virtual faz com que os pacientes possam se ver na pele dessa criança que chora e recebe compaixão. Mas não se trata de compaixão que possam perceber como uma cortesia ou um ato sem importância. Foram eles mesmos quem se compadeceram da criança e agora esse sentimento, que é o seu, se projeta em direção a eles.

Dos 15 pacientes que se submeteram ao teste, nove deles tiveram uma redução em seu nível de depressão um mês depois. Destes, em quatro se notou uma melhora significativa nos níveis da depressão. Quanto ao estado dos outros pacientes não houve mudanças.

O cientista que dirigiu a pesquisa, Chris Brewin, deu uma explicação à BBC dos mecanismos que ativa esta técnica de realidade virtual para atenuar a depressão. Explicava o pesquisador que as pessoas com ansiedade e depressão tendem a ser excessivamente críticas consigo mesmas quando as coisas não saem bem. O método que empregaram tentava ensinar aos pacientes a ser mais tolerantes e menos críticos consigo mesmos.

Quando os pacientes veem a criança chorando, e depois se escutam confortando-a, o que estão fazendo na realidade é ter compaixão por eles mesmos. Assim explicava Brewin, quem está aguardando para realizar testes a maior escala para determinar qualquer benefício clínico que possa haver.

Imagens: CamEvans e ikneema

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