Um dos momentos em que a informação do usuário é mais vulnerável é quando um determinado dispositivo executa uma operação de criptografia. Durante este processo, os cibercriminosos podem fazer os chamados ataques de canal lateral, que visa extrair a chave criptográfica durante o processo de deciframento.

Tais ataques estão baseados na sincronização de informação, o consumo de energia e até mesmo sons para compilar informações que poderiam comprometer a segurança do sistema. Para executar esses procedimentos são exigidos alguns conhecimentos técnicos, de modo que a engenharia social não se considerada dentro desta área.

Os cibercriminosos têm muitas maneiras de fazer esses ataques. Desde ataques de sincronização, que medem o tempo que leva o sistema para realizar cálculos, a eletromagnéticos, cujo funcionamento se baseia na análise da radiação eletromagnética de um dispositivo, através do qual podem ser obtidos diretamente textos planos ou outra informação.

Felizmente, um grupo de especialistas em segurança cibernética está mais perto de encontrar uma solução para este problema.

O chip RFID ‘anti-hackers’

Pesquisadores do MIT desenvolveram um sistema baseado no chip de radiofrequência, cujas operações dizem que eles são extremamente difíceis de piratear.

Texas Instruments, a empresa norte-americana que desenvolve tecnologia para computadores, construiu os primeiros protótipos do novo chip, introduzido há algumas semanas na International Solid-State Circuits Conference do estado de São Francisco. Até agora, todos os testes indicam que resultados muito promissores serão alcançados.

Chiraad Juvekar, um dos autores deste novo dispositivo garante que o chip está projetado especificamente para combater os “ataques de canal lateral” que mencionamos antes”. Segundo diz o especialista, para garantir a eficácia de um desses ataques, é necessário que descubra o algoritmo de criptografia de um dispositivo, muitas vezes, porque em cada um deles se recolhe apenas uma pequena parte da informação.

A solução proposta pelo chip RFID baseia-se em mudar de maneira periódica as senhas o suficientemente rápido, de modo que um ataque lateral seja incapaz de decifrá-la. Depois de cada transação, o chip poderia gerar uma nova chave aleatória.

A principal vulnerabilidade que atualmente apresenta está nas falhas de energia. Cortando a “energia” do chip várias vezes antes da mudança de chave, um invasor pode executar milhares de ataques visando as mesmas chaves (sem alterar ), para poder decifrá-las.

Para fazer isso, os pesquisadores estão trabalhando em uma fonte de alimentação do chip que seria praticamente impossível de cortar. Como um bônus, também está previsto incorporar um conjunto de células de memória que podem coletar dados quando o chip começar a perder energia.

O diretor de tecnologia da Texas Instruments, Ahmad Bahai, diz que “em nossa era, a segurança é um dos desafios fundamentais que enfrentamos. Acreditamos que esta pesquisa é um passo importante, com uma produção barata, um protocolo de segurança robusto e com baixos requisitos de potência para sua aplicação industrial”.