Os desafios do ecossistema digital na América Latina

Por , 13 de September de 2015 a las 06:13
Os desafios do ecossistema digital na América Latina
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Os desafios do ecossistema digital na América Latina

Por , 13 de September de 2015 a las 06:13

A América Latina tem feito progressos significativos para reduzir o fosso digital no que diz respeito aos países industrializados, mas ainda enfrenta grandes desafios

Que não há dúvidas de que a tendência para a digitalização da sociedade gradualmente atinge a todos os cantos do planeta, mas em velocidades diferentes em cada região. A América Latina tem colhido grandes progressos neste sentido ao longo das últimas décadas, mas ainda apresenta uma divisão digital no que diz respeito às nações desenvolvidas que exige lidar com uma série de desafios políticos, algo que analisa a publicação da Fundación Telefónica o ecossistema e a economia digital na América Latina (disponível para download em PDF e EPUB gratuito).

Este trabalho, realizado em colaboração com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), o Banco de Desenvolvimento da América Latina e o Centro de Estudos de Telecomunicações da América Latina, realiza um estudo exaustivo sobre o estado atual do desenvolvimento das telecomunicações nos diversos países do subcontinente, para diagnosticar a evolução e as deficiências, a fim de elaborar recomendações para a implementação de políticas públicas.

Os autores do relatório circunscrevem o ecossistema digital de três elementos:

  • Mudanças nos modos de produção tanto em termos de bens e produtos digitais como para seus efeitos indiretos no resto do sistema produtivo.
  • Mudanças no comportamento dos usuários e sua relação com a produção de conhecimento
  • Um crescente impacto econômico e social.

Concentrando-se na América Latina, é evidente que os países sigam as tendências dos países industrializados da adoção de comportamentos de consumo digital, eliminando as lacunas gerais e as locais, tanto entre os países da região e entre as zonas urbanas e rurais.

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Entre os anos de 2006 e 2013, o número de usuários de Internet como uma proporção da população da América Latina mais do que duplicou, passando de 20,7% para 46,7%. No entanto, esta figura mostra uma diferença significativa com a que apresenta a média da OCDE em 79 %. Além disso, é evidente que a metade da população da América Latina não têm acesso à rede de redes.

Outro fato importante é que a banda larga móvel teve uma maior difusão que a fixa, algo que é a culpa para a diversidade e a acessibilidade dos dispositivos móveis e para aumento da cobertura das redes móveis. Em 2013, a penetração média da banda larga móvel nos países da OCDE foi de 76% e banda larga fixa 29 %; para a América Latina foi de 24% e 9 %, respectivamente.

Em relação à qualidade do acesso às redes, a velocidade média de download médio em banda larga global para América Latina é de 7,26 Mbps, enquanto em países como Japão, França ou Inglaterra excede os 30,00 Mbps. Na região apenas quatro países, Uruguai, Chile, Brasil e México, estão acima da média latino-americana.

Por outro lado, é de notar que a análise do volume de tráfego de Internet indica claramente a importância das plataformas e conteúdos desenvolvidos fora da América Latina, embora também tenham sido detectados sites latino-americanos de notícias, ou um caso de e-commerce e uma rede social de origem latino-americana, que registrou um alto volume de tráfego.

O estudo conclui que a América Latina tem ganhado significativamente durante a última década, em termos de sua digitalização e ocupa uma posição de liderança no que se refere ao mundo emergente. Gradualmente, embora a um ritmo lento, está reduzindo a diferença com respeito ao mundo industrializado.

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Os principais obstáculos para o fortalecimento do ecossistema digital da região observados estão relacionados a dois tipos de falhas:

  • A oferta de infraestruturas.
  • A disponibilidade de capital humano para a realização de progressos no terreno da inovação.

O problema concentra-se em diferentes velocidades em que evoluem os componentes da digitalização.

A acessibilidade às redes é a variável mais dinâmica, uma vez que a redução dos preços pode fazê-la crescer significativamente.

No entanto, o rápido crescimento da demanda não é acompanhado pela implantação da infraestrutura necessária para a cobertura, pois requer períodos de tempo mais longos.

O outro elemento do modelo, o capital humano associado à inovação, ainda apresenta os períodos de evolução mais lentos que o investimento em infraestrutura, visto que ela depende, em grande medida, de mudanças fundamentais no sistema de educação e no relacionamento entre a educação e o sistema produtivo.

É por isso que a publicação do ecossistema e da economia digital na América Latina detém grande parte da responsabilidade de reduzir o fosso digital sobre a política pública da América Latina, capaz de agir a médio e longo-prazo sobre os fatores estruturais determinantes.

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