O dilema entre jornada de trabalho contínua ou parcial, conciliação do trabalho ou do tele trabalho com a vida pessoal é tema de discussão devido à sua influência na satisfação dos trabalhadores e sua repercussão na produtividade das empresas. Segundo especialistas, os problemas de produtividade no trabalho oriundos do modelo atual da jornada de 8 horas, somados às 4,8 horas diárias perdidas no deslocamento ao local de trabalho, poderiam ser superados com o trabalho a distância, graças à computação na nuvem.

De acordo com relatório apresentado no fórum anual de tecnologia Citrix Synergy 2015, “um terço das empresas do mundo esperam que 50% de seus empregados trabalhem remotamente em 2020”. No documento intitulado “Panorama Tecnológico 2020”, os especialistas afirmam que as dificuldades para conciliar vida pessoal e trabalho, descanso e lazer, e o excessivo tempo investido nos deslocamentos são os principais responsáveis pela baixa produtividade nas empresas.

Na opinião de Guy Bieber, diretor de tecnologia da Citrix, a possibilidade de realizar o mesmo trabalho de casa e remotamente, por meio de aplicativos na nuvem, incentivaria uma atitude proativa nos trabalhadores, incrementando em até 35% a produtividade nas empresas. Mark Templeton, CEO da Citrix, avalia que ainda há muito o que fazer em termos de conectividade e, por isso, é necessário deixar claro que o conceito de nuvem não é apenas um espaço virtual, mas sim uma nova forma de fazer as coisas.

O modelo de trabalho a distância proporcionaria uma certa autonomia aos empregados para organizar seu tempo, evitando as improdutivas jornadas excessivas de trabalho e os estressantes congestionamentos a caminho do escritório. Poder organizar o tempo de trabalho com base nos objetivos diários a cumprir, permitiria ao trabalhador dispor de tempo mais que suficiente para conciliar sua vida profissional e a familiar.

Do ponto de vista dos empresários, a adoção do modelo de trabalho a distância com o uso da nuvem poderá representar uma considerável economia de custos e de espaço, já que o espaço físico do local de trabalho deixará de ser relevante. Além disso, o fato de não haver deslocamentos também representa uma economia considerável de tempo, paciência e dinheiro para os trabalhadores.

Entretanto, os especialistas apontam que a migração para o modelo de trabalho futuro é muito mais que trabalhar conectado à internet. De fato, existem muitas tecnologias no auge, como Internet das Coisas, realidade aumentada ou inteligência híbrida, que poderiam se fundir para criar entornos virtuais de trabalho muito mais produtivos e eficientes.

Do mesmo modo, com a extensa oferta de dispositivos móveis e wearables (tecnologias para vestir) que temos atualmente no mercado, junto com o desenvolvimento de aplicativos específicos para negócios, seria possível resolver de forma eficaz os problemas de produtividade e acesso rápido à informação.

Sabemos que o suporte tecnológico é só uma questão de tempo e quem tem a última palavra são as empresas que poderão se beneficiar dessa tendência, entre elas as do setor financeiro, seguradoras, consultorias ou empresas do varejo, saúde ou educação.

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